O consumo sustentável ocupa cada vez mais espaço na jornada de compras dos clientes. Para as empresas compreender o ecossistema como um todo, entendendo os comportamentos em cada um dos pontos de contato, é essencial. E para isso, Caroline Jansen head Comercial da Weleda sobe ao palco no Congresso Indústria Digital 2024.
A Weleda, pioneira e referência mundial em cosméticos e medicamentos orgânicos, foi construída sob a antroposofia, doutrina desenvolvido por Rudolf Steiner (1861-1925). O conceito se baseia em uma visão holística do ser humano, ao invés de observar pequenos detalhes, a antroposofia olha para o indivíduo de maneira integral.
Um ecossistema deve levar em consideração, integralmente, os âmbitos sociais, científicos e sustentáveis da vida do consumidor, esclarece a executiva.
Fragmentação de dados
Porém, de acordo com a head comercial, nem tudo são flores. Os ecossistemas estão fragmentados e a conciliação entre os dados dos pontos de contato são complexas.
A diversidade das fontes de dados – vendas, estoque, execução, dados do varejo e até feedbacks de clientes – ao lado da diversidade de canais (B2B, redes próprias e marketplaces) dificultam o acesso a comportamentos, inventário de produtos e tendências de mercado.
Trazendo uma luz sobre as dificuldades, Jansen, comenta três principais estratégias que fazem a diferença na organização dos dados: sistemas, consolidação e cultura.
Primeiro, os sistemas precisam de uma estrutura capaz de coletar os dados e o investimento em ferramentas e plataformas que conversem entre si é essencial. Caminhando ao lado do primeiro passo, a consolidação é a segunda recomendação da executiva; os dados de todos os canais e vendas precisam estar em um único power BI.
E ao final, fugindo dos dados, a cultura é uma última etapa na jornada de organização. Construir uma cultura digitalizada dentro da companhia – engajando a diretoria ou investindo em inteligência artificial – é uma das formas de levar a empresa para o próximo patamar.
E os consumidores?
Por outro lado, segundo o ponto de vista do consumidor, as tendências sustentáveis estão chegando para ficar. Até 2031, 56% dos clientes serão eco-actives aponta pesquisa da Kantar Who Cares Who Does. Nos mecanismos de busca, a procura por produtos sustentáveis cresceu 900% no último ano, declara a palestrante.
No Brasil, o mercado ainda não está tão avançado e disseminado quanto às práticas sustentáveis; hoje em média, entre os consumidores brasileiros há 8% actives e 16% eco-consider, explica a head.
“O desafio, como indústria, é educar o consumidor e ajudar ele a encontrar esses produtos”, finaliza Jansen.