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Influência e propósito: Ana Paula Passarelli explica como desenvolver lideranças influentes no mundo digital

Por: Amanda Lucio

Jornalista e Repórter do E-Commerce Brasil

No palco Marketing do Fórum E-commerce Brasil 2023, a COO e Co-Founder da Brunch e Toast, Ana Paula Passarelli, realizou uma palestra que provocou reflexões sobre o poder da influência e seu papel no mundo dos negócios digitais. A proposta central foi discutir como a “Influência Digital” deverá ser uma das principais soft skills necessárias para os empreendedores do século XXI.

Para a palestrante, “influência é a soft skill do século XXI“. (Foto: E-commerce Brasil)

O poder da influência

A influência é uma palavra amplamente utilizada e possui grande poder. Para compreender o conceito, a palestrante destacou a importância de buscar referências, como o livro “Como fazer amigos”, de Dale Carnegie, lançado em 1936, que propõe a habilidade de se colocar no lugar do outro e ouvir ativamente.

Ana Paula ressaltou que a influência social não pode ser medida simplesmente pelo número de seguidores nas redes sociais. Ela explicou que a análise da influência envolve olhares de diferentes áreas, como antropologia, psicologia e sociologia. A antropologia é importante para entendermos por que certos comportamentos ocorrem na sociedade de forma coletiva. Já a psicologia está relacionada ao indivíduo, enquanto a sociologia observa o aspecto coletivo.

Marketing de influência ≠ Creator Economy

A palestrante fez questão de diferenciar o “Marketing de Influência” da “Creator Economy”. No marketing de influência, o objetivo é contratar influenciadores para impulsionar as vendas. O influenciador é escolhido com base em seu estilo de vida, e a campanha é voltada para atingir números de vendas específicos.

Por outro lado, na “Creator Economy”, a ênfase está na criatividade e na geração de soluções inovadoras, envolvendo não apenas influenciadores, mas também empreendedores e patrocinadores. Essa abordagem coloca o protagonismo nas mãos daqueles que sabem empreender.

A ideia de empreender no ambiente digital está fortemente relacionada à “Creator Economy”, onde criadores estão se transformando em marcas e marcas estão se tornando criadoras. Nesse contexto, é fundamental construir conteúdo relevante em canais próprios ou nas redes sociais para criar e fortalecer uma comunidade em torno da marca.

Aprendendo a ser genuinamente influente

No entanto, Ana Paula ressaltou que ser um influenciador não é o objetivo principal. O que realmente importa é o desenvolvimento da influência como uma habilidade comportamental essencial para líderes e empreendedores. A capacidade de influenciar impacta diretamente na qualidade dos negócios. O objetivo é exercer uma liderança influente, em que as ações e decisões gerem resultados e prosperidade para o empreendimento.

Para embasar sua fala, a palestrante mencionou uma pesquisa da QualiBest, apresentando um aumento significativo de 325% na relevância da influência como habilidade nos negócios.

Ela também defendeu a importância de compartilhar experiências e aprendizados genuínos, em vez de buscar uma interação artificial baseada apenas em fama. Influenciar requer comprometimento e valores, e é essencial abandonar a visão do consumidor como mera audiência. Ao dar rosto e personalidade às marcas, é possível estabelecer conexões mais profundas com o público, gerando confiança e lealdade. O propósito vai além do lucro e envolve a transformação positiva na vida das pessoas.

Desenvolvendo um senso de comunidade

Em relação aos modelos de negócios, a liderança influente representa e defende a comunidade da marca, indo além das vendas e experiências superficiais. Ana Paula mencionou exemplos inspiradores, como as marcas da @lela.brandao, que cria produtos confortáveis para mulheres, a @k.arlalopes, fundadora da Lunnare, uma marca de maquiagem focada na ancestralidade africana, e @petisco, a Julia Petit, criadora da Sallve.

Por fim, a palestrante destacou algumas oportunidades no cenário da “Influência Digital”:

– Marcas devem se tornar criadoras de comunidade e conteúdo, não apenas fornecedores de produtos e experiências;
– O foco não deve ser apenas na imagem e aparência, mas na autenticidade e nos valores transmitidos.
– Os próprios funcionários podem ser excelentes influenciadores internos, desde que seja feita uma formação adequada e alinhada com suas funções.
– A habilidade de influenciar é fundamental para lideranças bem-sucedidas.
– É essencial preencher o feed com conteúdos e perfis que inspirem, descartando o que não agrega valor.

Com essas perspectivas, fica evidente que a “Influência Digital” é uma competência crucial para o empreendedor do século XXI, capaz de potencializar os negócios e construir conexões autênticas com o seu público-alvo.