Em 2021, o live shopping movimentou cerca de US$ 157 bilhões em vendas, sendo 60% desse valor somente na China. A fim de mostrar que essa estratégia de vendas promete muito no mercado brasileiro, a Mimo apresenta seu primeiro relatório exclusivo do país.
O estudo traça um panorama abrangente das tendências, métricas e oportunidades que cercam a modalidade de vendas, abrindo caminho para insights sobre as preferências e comportamentos dos consumidores.
Diversidade de Categorias e Mercados
Entre os principais destaques, o relatório ressalta a crescente diversificação das categorias que adotaram o live shopping como parte de suas estratégias de vendas. As transmissões ao vivo, permeando diversos segmentos, demonstraram uma distribuição variada de interesse:
– Moda: líder das lives, revela 36% das transmissões voltadas para esse setor, evidenciando a estreita relação entre moda e interatividade;
– Beleza: se posiciona em segundo lugar (com 23%), indicando o apelo visual e a capacidade de demonstração ao vivo de produtos desse segmento;
– Casa e Decoração: com 18%, se beneficia da oportunidade de exibir detalhes e características dos produtos em tempo real;
– Eletrônicos: reúne 9% de interesse do público, principalmente pela capacidade de demonstrar o funcionamento e os recursos dos produtos durante as transmissões;
– Outros mercados: compreendem 14% das transmissões.
Aumento das taxas de conversão por Categoria
O relatório apresenta um cenário interessante em relação às taxas de conversão médias, destacando a eficácia da estratégia de vendas em induzir a ação do consumidor. As categorias de produtos demonstraram variações perceptíveis em termos de aumento de conversões:
– Farmácia: lidera com um (impressionante) aumento de 252%;
– Indústria: registra um aumento de 110%;
– Beleza e Bebidas: compartilham um aumento de 35% e 34%, respectivamente;
– Alimentos e Esportes: experimentam um aumento de 32,5% e 32%, respectivamente;
– Moda: embora menor em comparação, ainda apresenta um aumento sólido de 25,5%.
Retorno Sobre o Investimento (ROI) por Segmento
Os números relacionados ao Retorno Sobre o Investimento (ROI) revelam a força do live shopping como uma estratégia lucrativa. De acordo com o estudo, os investidores encontram benefícios substanciais em diversos segmentos:
– Esportes lidera o caminho, com um ROI de 12, destacando o entusiasmo gerado pelas demonstrações ao vivo nesse segmento;
– Agro, surpreendentemente, alcança um ROI de 9, mostrando que mesmo setores tradicionalmente associados à agricultura podem aproveitar as transmissões ao vivo;
– Underwear, Decoração, Papelaria e Eletro alcançam respectivamente ROI de 7,5, 7, 6 e 4, mostrando a eficácia do formato em setores diversos.
Canais de tráfego eficazes
A seguir, você acompanha os principais canais de tráfego do live shopping apresentados pela pesquisadora. Na ocasião, a recomendação mais nítida é a combinação de CRM, rede social da marca e divulgação dos influenciadores. Vale destacar que algumas empresas também trabalham com anúncios, SMS e notificações via push.
– Redes Sociais: representam 32,6%, enfatizando a importância de alcançar as massas através das plataformas populares;
– Influenciadores digitais: com 26,3%, atestam a confiança e a conexão que os influenciadores estabelecem com seus seguidores;
– CRM: gera 21,1% de tração, principalmente pelo poder de comunicar diretamente com os clientes interessados;
– Mídia e WhatsApp: completam o quadro, com 13,2% e 7,9% respectivamente, evidenciando a eficácia do marketing direto.
Os melhores dias e horários para live shopping
A pesquisa também oferece insights sobre os melhores momentos para realizar transmissões de live shopping, adaptados a cada mercado:
Dias
Moda: terça-feira;
Beleza: quarta-feira;
Alimentos: quinta-feira;
Eletro: quarta-feira;
Agro: sexta-feira.
Horários
Moda: 19:30hs;
Beleza: 20hs;
Alimentos: 19hs;
Eletro: 20hs;
Agro: 07hs.
Engajamento por categoria
Outro recorte do estudo envolve o ranking de engajamento do live shopping de acordo com as categorias. Esse tópico, inclusive, ajuda a entender se existe intenção de compra por parte do telespectador e se a escolha do conteúdo, dos gatilhos e do mix de produtos foi assertiva.
Neste caso, a média de engajamento (percentual de curtidas e comentários divididos por usuários) foi a seguinte:
– Construção e Indústria lideram com um envolvimento acima da média, sendo 202% e 184%, respectivamente;
– Acessórios e Imóveis também apresentam alta interação, com 158% e 145%;
– Agro, Underwear e Casa & Decoração mantêm níveis saudáveis de engajamento, com 141%, 128,5% e 96%;
– Tecnologia, Bebidas e Eletro apresentam níveis moderados, de 93% a 75%;
– Beleza (63%), Farmácia (61%), Esportes (58%), Moda (53%), Sapatos (40%) e Papelaria (35%) fecham as categorias de acordo com o engajamento.
Tendências globais
Nos Estados Unidos, há uma estimativa de que o live shopping feche em US$68 bilhões de GMV até 2026, segundo a Coresight Research. Até 2022, foram US$20 bi.
Já na China, berço do live shopping, a estratégia chegou a quase US$500 bilhões em 2022, e segue aumentando. De acordo com o eMarketer, a estratégia de vendas da China está em quase US$625 bi em 2023.
Uma pesquisa de 2022 revelou que, no Reino Unido, o live shopping já era um formato popular entre 47% dos adultos entre 19 e 25 anos, os quais disseram já ter comprado algo pelo formato.
Em escala global, a indústria de live shopping será avaliada em cerca de US$184,27 bilhões até 2027, segundo o Insider Intelligence.