Se, hoje, a Netshoes é o maior e-commerce de esportes do Brasil, com 30 a 40 mil pedidos por dia, no início a história foi outra: após lançar a loja física em 2000, Marcio Kumruian e seus parceiros decidiram criar um site de vendas de calçados. Os dois primeiros meses, porém, foram de vacas magras e nenhuma venda.
Mais de uma década depois, Kumruian, que apresentou o case da empresa no fechamento do Congresso E-Commerce Brasil Gestão 2016, enxerga diversas mudanças no comércio eletrônico. “Hoje, está tudo muito fácil [de empreender], uma única ferramenta faz tudo por você. Naquela época, era tudo na mão: campanha de [Google] Adwords na mão, planilhas na mão”, comparou.
Segundo ele, a baixa capilaridade do e-commerce oferece a essa área muitas oportunidades no Brasil e na América Latina, mesmo com um mercado já saturado em outros continentes.
O novo varejo, segundo o empresário, é guiado pela experiência do cliente, que, agora, conta com diversas opções. “Neste momento, sim, a gente vive um ambiente complexo. Hoje existem várias redes, plataformas e concorrentes”, elencou. “Isso exige muito mais inteligência na hora de montar a estratégia.”
Dessa forma, o lojista deve pensar na experiência do consumidor. Ele citou o exemplo do Six Team, um time de futebol de amigos que comprou todos os uniformes da equipe no site e, como retribuição, a Netshoes levou a torcida para uma partida do time.
“Mudou completamente a relação entre companhia e consumidor nesses anos. Por isso, se for para fazer o básico, não seja empreendedor. É importante escutar sempre o cliente, entendê-lo e se diferenciar”, defendeu.
Assim, para Marcio Kumruian, é preciso manter-se fiel ao seus valores, e não só para os clientes. Escolhida em 2015 como o melhor e-commerce para se trabalhar no Brasil, ele dá a dica para manter a equipe da empresa incentivada. “Autonomia combinada direitinho antes dá muito certo”, concluiu.
Por Caio Colagrande, para Redação E-Commerce Brasil