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Mercado Livre confirma planos de atuar no setor farmacêutico por meio de marketplace

Por: Alice Lopes

Jornalista no E-Commerce Brasil

Jornalista no E-commerce Brasil, graduada pela Universidade Nove de Julho e apaixonada por comunicação.

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O Mercado Livre confirmou que pretende atuar no setor farmacêutico brasileiro por meio do modelo de marketplace, conectando farmácias e consumidores de forma indireta. A informação foi enviada pela empresa após questionamentos sobre a aquisição da Farmácia Cuidamos, no bairro do Jabaquara, em São Paulo.

Mercado livre ramo farmacêutico
(Imagem: Envato)

Em nota, o grupo afirmou que o negócio representa uma etapa inicial para ampliar o entendimento sobre o segmento no país e que, futuramente, a operação deve incluir o formato de venda indireta (3P), no qual o marketplace intermedia a relação entre farmácias e clientes. O modelo já é adotado em mercados como México, Chile, Colômbia e Argentina.

De acordo com a companhia, a entrada no setor tem como objetivo “aumentar a concorrência em um mercado altamente concentrado” e “ampliar a acessibilidade a todos os consumidores”.

Contexto da investigação

O posicionamento foi apresentado após questionamentos da Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A entidade alegou que a empresa não teria informado adequadamente os propósitos da aquisição da Cuidamos e levantou a hipótese de uma entrada indireta no varejo farmacêutico, segmento regulado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

No pedido encaminhado ao Cade, a Abrafarma solicitou a abertura de um incidente de enganosidade, que pode resultar na cassação da operação e na aplicação de multa ao grupo.

Defesa e relação com órgãos reguladores

Em resposta, o Mercado Livre classificou as alegações como infundadas e reiterou que ainda não comercializa medicamentos em seu marketplace, atividade que permanece proibida em seus termos e condições. A empresa também afirmou que não oferece serviços diretos de telemedicina ou consultas online, esses serviços são prestados por parceiros do Mercado Pago, sem vínculo direto com o grupo.

A companhia informou que a aquisição é restrita à Cuidamos Farma e que não há negociações em andamento com outras empresas do setor, como a Memed S.A.

O Mercado Livre destacou ainda que opera em conformidade com a legislação vigente, incluindo a RDC 44/2009, da Anvisa. Segundo o grupo, o marco regulatório deve acompanhar as transformações do mercado digital e refletir o avanço da tecnologia.

“Nossa meta é colaborar com os órgãos reguladores para que a legislação reflita a realidade tecnológica atual e garanta a venda de medicamentos de forma segura e acessível no ambiente digital”, afirmou a empresa.