O varejo brasileiro deve movimentar cerca de R$ 16,73 bilhões neste Dia das Crianças (12 de outubro), segundo pesquisa de Intenção de Compras 2025 realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise Pesquisas.

Apesar de 70% dos consumidores planejarem ir às compras, o valor médio dos gastos caiu: o tíquete previsto é de R$ 297, R$ 46 a menos que em 2023. A retração no poder de compra tende a impactar o total movimentado no setor.
Entre os entrevistados, 37% pretendem gastar mais este ano, motivados principalmente pela vontade de comprar um presente melhor (43%), pela percepção de alta dos preços (37%) e pelo desejo de ampliar a quantidade de presentes (33%). Já os 12% que planejam gastar menos citam a necessidade de economizar (27%), o orçamento apertado (26%) e o acúmulo de dívidas (21%).
O prazer em ver as crianças felizes (32%) é o principal motivo para a compra, seguido pelo hábito de presentear (22%) e pela importância simbólica da data (18%). Entre os que não vão às compras, as justificativas mais recorrentes são a falta de crianças próximas (38%), o foco no pagamento de dívidas (14%) e a falta de dinheiro (12%).
O que os brasileiros pretendem comprar
Os filhos serão os principais presenteados (50%), seguidos por sobrinhos (34%) e netos (16%). Em média, cada consumidor deve comprar 2,3 presentes.
As categorias mais buscadas refletem um equilíbrio entre utilidade e desejo infantil. Roupas e calçados lideram a preferência (43%), seguidos por bonecas e bonecos (36%) e jogos educativos e de tabuleiro (26%). Brinquedos clássicos como carrinhos, aviões e bolas dividem espaço com chocolates e doces, todos com 17%.
Na decisão de compra, o consumidor demonstra um comportamento mais criterioso. Preço (48%), qualidade (46%) e promoções (39%) aparecem como principais fatores de escolha. A qualidade do item (30%) supera o desejo da criança (20%) e o preço (14%) na definição do presente.
O pagamento à vista deve predominar (85%), com o PIX sendo a forma preferida (50%). Ainda assim, 40% planejam parcelar, principalmente no cartão de crédito (34%), em média em cinco parcelas. A pesquisa de preços é prioridade para 76% dos consumidores, e 62% percebem aumento nos valores dos produtos em relação a 2023.
Comemoração mantém força afetiva, apesar do orçamento apertado
A intenção de celebrar o Dia das Crianças se mantém alta, com 91% dos entrevistados afirmando que vão comemorar. A própria casa é o local mais citado (37%), seguida pela casa de parentes (12%) e dos avós (7%), indicando um perfil mais familiar e intimista.
Os shoppings (13%) seguem sendo uma opção relevante, unindo lazer e consumo. Parques de diversão (8%) e restaurantes (5%) também aparecem entre os destinos mais escolhidos, reforçando o aspecto experiencial da data.
Mesmo entre os que enfrentam restrições orçamentárias, o desejo de comemorar permanece forte. O estudo aponta que 27% dos consumidores costumam gastar mais do que podem na data e 12% admitem deixar de pagar alguma conta para garantir o presente das crianças.
Entre os que pretendem comprar, 37% estão com contas em atraso e, dentro desse grupo, 73% estão negativados. A principal fonte dos recursos será o salário ou renda mensal (65%).
A pesquisa indica que, mesmo com as restrições financeiras, o Dia das Crianças continua sendo uma das datas mais simbólicas e afetivas do calendário do varejo, capaz de manter alto o engajamento das famílias e o movimento nas lojas físicas e digitais.