Mercado Pago passa a ser oficialmente um banco digital
Dono de licenças de instituição de pagamento, financeira e corretor de seguros, o Mercado Pago passa a se apresentar oficialmente como um banco digital. Para especialistas, a mudança pode fazer com que parte do público veja na plataforma, nascida dentro da varejista Mercado Livre, como um lugar para resolver a vida financeira — em suma, um banco.
"O cliente já trata o Mercado Pago como sua instituição financeira de relacionamento. Agora, estamos simplesmente começando a falar isso", disse ao Estadão/Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) Tulio Oliveira, vice-presidente sênior do Mercado Pago no Brasil.
O processamento de transações e marcou o nascimento do Mercado Pago, em 2004. Inicialmente, a empresa processava transações no Mercado Livre, e, aos poucos, expandiu a atuação. Em 2019, obteve licença de instituição de pagamento do Banco Central.
O neobanco tem 36 milhões de usuários, em duas frentes: vendedores, que usam o Mercado Pago para receber pagamentos; e pessoas físicas, que usam a conta digital, o cartão de crédito ou outros serviços, como a compra e venda de criptoativos e os seguros.
Enquanto outras fintechs buscam licenças bancárias para reduzir custos de captação e ampliar o leque de produtos, o Mercado Pago acredita que as autorizações que possui são suficientes. A empresa opera hoje como instituição de pagamento nas modalidades de emissor de moeda eletrônica, credenciador e emissor de pagamento pós-pago. Também é financeira e corretora de seguros. "Emitimos CDB através da financeira, usamos a conta como conta de relacionamento, e temos a credenciadora. Para o cartão de crédito, temos a emissora pós-paga", diz Oliveira.
Bruno Diniz, sócio da consultoria de inovação Spiralem, acredita que, ao se posicionar como banco digital, o Mercado Pago pode convencer faixas de público que não estão na base a utilizar seus produtos. "Talvez eles estejam tentando atrair clientes com essa visão de que, como banco digital, acomodam melhor as necessidades financeiras de um cliente", diz.
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