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Mesmo cautelosos com tarifas, consumo dos EUA subiu em março

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Por: Amanda Lucio

Jornalista e Repórter do E-Commerce Brasil

As vendas no varejo dos Estados Unidos cresceram em março após dois meses de retração, segundo dados do Retail Monitor da Federação Nacional do Varejo (NRF), divulgados na última quarta-feira (10). O avanço, porém, foi moderado, refletindo a cautela dos consumidores diante do aumento de tarifas e da instabilidade econômica.

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(Imagem: Reprodução)

O índice, desenvolvido em parceria com a Affinity Solutions, apontou crescimento de 0,6% nas vendas do varejo — excluindo automóveis e gasolina — em relação a fevereiro, com ajuste sazonal. Na comparação anual, a alta foi de 4,75%. As chamadas “vendas principais”, que desconsideram também restaurantes, cresceram 0,4% no mês e 5,07% no ano.

“O aumento de março é, em parte, resultado da estocagem para se antecipar às tarifas. Mesmo com fundamentos econômicos sólidos, o sentimento do consumidor está enfraquecendo, e muitos estão priorizando a poupança”, afirmou Matthew Shay, presidente da NRF.

Segundo a entidade, os dados refletem compras realizadas antes do anúncio de novas tarifas generalizadas pelo presidente Donald Trump, em 2 de abril, que impõem um mínimo de 10% sobre todos os parceiros comerciais dos EUA. A medida foi suspensa por 90 dias, mas intensificou a tensão comercial com países como China, Canadá e México.

Uma pesquisa da NRF com a Prosper Insights & Analytics indicou que 46% dos consumidores já estavam antecipando compras de eletrodomésticos, roupas e outros itens no início de março, temendo aumento de preços.

Entre os segmentos que mais cresceram em março estão produtos digitais (alta anual de 27,62%), lojas de mercadorias em geral (7,62%) e artigos esportivos, hobbies, música e livros (6,63%). Já setores como eletrônicos, saúde e jardinagem apresentaram desempenho mais tímido ou queda no comparativo mensal.

Nos três primeiros meses do ano, o varejo acumula alta de 4,52% nas vendas totais e de 4,96% nas vendas principais. Ao contrário dos dados do Censo dos EUA, os números do Retail Monitor são baseados em transações reais com cartões de crédito e débito, sem necessidade de revisão posterior.

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