O e-commerce cresceu exponencialmente no último ano, sobretudo devido ao isolamento social para conter a pandemia de coronavírus. Para evitar sair de casa, muitos consumidores de lojas físicas passaram a desbravar a jornada no meio online, seja eletrônicos ou até alimentos do dia a dia. Com a reabertura dos estabelecimentos comerciais, a taxa de crescimento já mostra leves quedas no faturamento do comércio eletrônico, mas o setor está longe de se mostrar saturado, segundo Marcelo Osanai, gerente comercial no eBit/Nielsen.
O executivo participou do Grocery&Drinks, nesta quinta-feira (7), e falou das oportunidades ainda a serem exploradas no e-commerce, sobretudo em mercearia e supermercado. “Alimentos é o segmento que mais cresceu no primeiro semestre de 2021. Categorias relacionadas a comida podem ser consideradas como nicho, mas apresentaram oportunidades de crescimento e é uma forma de as empresas se consolidarem neste canal”, diz.
Osanai apresentou os levantamentos do eBit/Nielsen. Segundo ele, Alimentos e Bebidas teve crescimento de 52% em setembro, em relação ao mês anterior.“Um destaque é que essa categoria também é sensível em relação à Black Friday, quando ocorre alto nível de promoções e fluxo maior de consumidores. Temos um pico de consumo em 2019 e foi mais forte em 2020. Em 2021, espera-se um nível mais alto, já que o número de consumidores online está maior. A Black Friday não é só Eletrônicos e Moda, mas também uma oportunidade para Alimentos e Bebidas”, conta.
Ainda segundo o executivo, Hortifruti aparece em destaque como categoria que ajudou o segmento a crescer, o que pode ser considerado uma surpresa por não ser uma categoria tradicional. Já outras categorias como carne e laticínios contribuíram negativamente. “A queda não é agressiva, ou seja, ainda assim os resultados são positivos. Possivelmente a reabertura dos estabelecimentos comerciais, como açougues, em que o consumidor volta a consumir de forma física. É mais um desafio para reter esse cliente”, afirma.
Alimentos em lojas de departamentos
Outro ponto destacado por Osanai é a venda de alimentos em lojas de departamento, que cresceu 40,8% no primeiro semestre. “Essas lojas tradicionais, que vendiam eletrodomésticos, artigos para casa e decoração, moda etc, começaram a explorar essas categorias”.
E não tem como não falar de alimentos e bebidas sem abordar aplicativos, segundo o executivo. “É importante se atentar em qual estratégia usar com os aplicativos. Aplicativos de supermercado costumam ser usados pelos consumidores para compras de reposição e abastecimento. Já os delivery, são usados para consumo imediato”, explica. Outra questão importante, segundo Osanai, é que aplicativos como iFood são bastante usados nas capitais. “Isso indica uma grande oportunidade de expansão para o interior dos estados e conquistarem outros consumidores”, aconselha.
Confira 5 dicas do especialista para se destacar no setor de alimentos:
Nem todo pixel é igual
“Defina as prioridades de acordo com as oportunidades de vendas e custos. Você não pode rastrear todos os sites, mas pode se concentrar nos mais relevantes para suas categorias”.
Obtenha a oferta certa
“Para sobreviver à selva online, toda a sua linha de produtos precisará se destacar dos muitos itens disponíveis online”.
Esteja visível
“O espaço online é tão amplo que as marcas devem usar todos os meios para criar visibilidade. Pense diferente e pense digitalmente: todas as pesquisas exigirão uma estratégia bem pensada para serem vistas no lugar certo e na hora certa”.
Tenha uma execução best-in-class
“Uma vez nas plataformas certas, sua marca e itens farão parte da experiência de seus clientes e deverão atender a um alto nível de qualidade. Um bom conteúdo é primordial para sua estratégia de gerenciamento de informações de produto”.
Foco no cliente
“Um mosaico de indivíduos está comprando online e, dependendo do perfil dos seus compradores, você terá necessidades específicas que precisarão ser atendidas”, finaliza Osanai.
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Por Dinalva Fernandes, da redação do E-Commerce Brasil