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PDD Holdings alerta sobre Temu ter chego ao "ápice" dos bons resultados

Por: Lucas Kina

Jornalista e repórter do E-Commerce Brasil

A PDD Holdings, antiga Pinduoduo, traz um cenário menos otimista para a Temu. Sob seu guarda-chuva de operações, bem como no ‘boom’ do e-commerce durante a pandemia e arrefecimento no pós, espera-se que o aquecimento da plataforma seja freado nos próximos meses.

Após revelar os números do segundo trimestre no início da semana, a gigante do varejo mundial viu uma alta de 86% em receita, além de 156% no lucro do período. Mesmo sendo positivo a primeiro momento, a análise da PDD Holdings é que isso represente o pico dos resultados.

“Embora encorajados pelo progresso sólido que fizemos nos últimos trimestres, vemos muitos desafios pela frente. A competição veio para ficar e espera-se que se intensifique em nossa indústria. Alto crescimento de receita não é sustentável e uma tendência de queda na lucratividade é inevitável”, afirma por comunicado Lei Chen, presidente e CEO do PDD Holdings.

Segundo Jun Liu, vice-presidente financeiro do grupo, fatores como disputa mais acirrada e desafios macroeconômicos externos estão entre os motivos do impacto esperado para a Temu.

Um próximo passo da PDD Holdings, principalmente em relação a Temu, pode estar relacionada à estrutura de trabalho de seus vendedores. Durante o anúncio dos números do trimestre, Chen também citou que uma transição deve ser feita para garantir confiança e segurança, além de dar suporte a comerciantes e o ecossistema no qual trabalham.

Colin Huang - Temu - homem mais rico da China
Colin Huang, fundador da Pinduoduo e do marketplace Temu (Imagem: Bloomberg)

Cenário nos países

O Brasil é um entre muitos países que experimentaram a chegada desenfreada da Temu. Além de ter se tornado o aplicativo mais baixado pelos brasileiros entre maio e julho, por exemplo, a plataforma foi rapidamente aceita.

Na China, o embate da Temu conta com JD.com e Alibaba no páreo, enquanto na Europa sua regulação ainda é um problema. Nos EUA, Amazon e Shein sentiram incômodo com a novidade chinesa.

A relação com a varejista de moda, aliás, não é das melhores. Recentemente, a Shein processou a Temu alegando incentivo de roubo de design de marcas da primeira por parte de vendedores da segunda.

Seja pelos preços baixos ou a estratégia agressiva e bem aplicada de capilaridade, fato é que, rapidamente, a Temu se instalou nos principais mercados de e-commerce. Contudo, conforme interpretação da atitude da PDD Holdings, a ascensão pode estar atingindo o limite.