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O futuro requer planos ousados: na NRF 2025, Macy's foi exemplo de revolução no varejo

Por: Júlia Rondinelli

Editora-chefe da redação do E-Commerce Brasil

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e especialização em arte, literatura e filosofia pela PUC-RS. Atua no mercado digital desde 2018 com produção técnica de conteúdo e fomento à educação profissional do setor. Além do portal, é editora-chefe da revista E-Commerce Brasil.

Em 2024, a Macy’s, famosa e amplamente conhecida nos Estados Unidos, lançou o plano “A Bold New Chapter”, visando fortalecer a marca, acelerar o crescimento no setor de luxo e modernizar suas operações.

A estratégia, como o nome já diz, ousada, inclui o fechamento de 150 lojas até 2026, priorizando cerca de 350 unidades restantes. Por outro lado, a Bloomingdale’s e a Bluemercury, marcas que também são do ecossistema Macy’s, planejam expansões de 45 novas lojas em solo norte-americano no mesmo período.

Um novo capítulo explicado durante a NRF 2025

Durante a NRF 2025, Tony Spring, CEO da Macy’s, juntamente com Olivier Bron, CEO da Bloomingdale’s, e Maly Bernstein, CEO da Bluemercury, avaliaram o progresso do plano e explicaram as estratégias por trás das decisões da marca.

Tony Spring, Chairman and CEO, Macy’s Inc., Maly Bernstein, CEO, Bluemercury, Olivier Bron, CEO, Bloomingdale’s and Courtney Reagan, Senior Retail Reporter, CNBC at NRF 2025: Retail’s Big Show

Spring destacou que a iniciativa permitiu reimaginar e reduzir o portfólio, atendendo a mais de 40 milhões de clientes. Isso porque pesquisas com 60 mil consumidores revelaram a demanda por melhores experiências de serviço, comunicação moderna, equilíbrio entre digital e marketing tradicional, e agilidade na cadeia de suprimentos.

Dessa forma, as ações implementadas incluem a revisão da experiência em lojas selecionadas, com investimentos em sortimento, ajustes na apresentação dos produtos e o retorno de atendentes nos provadores. Spring afirmou que 2024 foi um ano de transição e investimento, preparando a empresa para um crescimento mais sustentável e lucrativo em 2025.

Menos é mais

No contexto atual, em que lojas de departamento enfrentam desafios com marcas investindo em estratégias próprias, Spring defende que as operações da Macy’s reimaginam o potencial dos marketplaces, oferecendo curadoria em canais físicos e digitais baseada em tendências e oportunidades sazonais. Ele enfatiza que os consumidores de hoje desejam uma seleção adequada de produtos, com rapidez e eficiência.

Apesar dos resultados positivos, investidores têm pressionado a Macy’s a considerar novos planos para a Bloomingdale’s e a Bluemercury, visando desbloquear valores em participações imobiliárias estimadas entre US$ 5 bilhões e US$ 9 bilhões. Spring reconhece que a empresa não tem obtido o devido valor para essas marcas, mas acredita que existem sinergias e oportunidades para escalar o portfólio e agregar valor.

Foco na experiência

Outro ponto de atenção levantado durante a palestra na NRF 2025 é que não há uma receita que funcione igual para todos os cenários, e que uma receita que dá certo hoje pode precisar de ajustses amanhã.

Olivier Bron, CEO da Bloomingdale’s, destaca que o mercado de luxo deve oferecer experiências que vão além do produto, criando conceitos únicos e fortalecendo o relacionamento com clientes e marcas parceiras. Ele ressalta a importância das lojas físicas no relacionamento com o consumidor, considerando-as investimentos eficazes em marketing.

Na Bluemercury, a digitalização tem sido utilizada para entender as necessidades dos clientes e criar uma curadoria focada em desempenho, garantindo que obtenham os resultados desejados. Maly Bernstein, CEO da Bluemercury, reforça a importância do atendimento humano nas lojas físicas, mesmo com o avanço das estratégias digitais. Dessa forma, ambas as marcas do grupo precisam adotar estratégias distintas dentro do processo de digitalização.

Como parte do novo projeto, a Macy’s está focada em otimizar operações utilizando tecnologias avançadas, incluindo algoritmos para selecionar locais eficientes de envio, reduzir custos e planejar a distribuição de estoque com base nas necessidades geográficas, evitando descontos desnecessários.Na Bloomingdale’s, soluções de inteligência artificial já estão sendo aplicadas para personalização, predição e planejamento, com planos de continuar investindo na customização da experiência do consumidor, alinhados ao fortalecimento da marca.