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PMEs apresentam estabilidade em fevereiro, indica Omie

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Por: Lucas Kina

Jornalista e produtor de Podcasts no E-Commerce Brasil

Em fevereiro, o faturamento das pequenas e médias empresas (PMEs) registrou alta tímida de 0,3% na comparação ano a ano. Segundo análise do Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs), após dois meses consecutivos de retrações (1,5% em janeiro e 0,9% em dezembro de 2024), o resultado mantém a estabilidade da classe.

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(Imagem: Envato)

No primeiro bimestre de 2025, o IODE-PMEs avalia uma queda de 0,6% no faturamento ante mesmo retrospecto no ano passado. Neste caso, a avaliação é de que há uma perda de fôlego do segmento em comparação aos índices do terceiro trimestre de 2024.

Para Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, responsável pelo índice, o resultado negativo no consumo acompanha a perda de fôlego das PMEs apontada pelo IODE-PMEs, especialmente em Serviços.

“O desafiador cenário macroeconômico, marcado por maiores pressões inflacionárias e juros elevados, impacta as PMEs e, naturalmente, a economia doméstica como um todo. Um dado que reforça esse panorama de dificuldades para a evolução do consumo das famílias é a queda expressiva da confiança dos consumidores nos últimos meses, conforme apontado pela Sondagem do Consumidor da FGV-IBRE. Esse declínio reflete, sobretudo, a piora na percepção financeira futura dos agentes econômicos”, comenta.

Para março, com base nos resultados conquistados na Semana do Consumidor, é possível que os índices das PMEs sejam melhores. O faturamento no período chegou a R$ 124,5 milhões, segundo a Nuvemshop.

Setores da economia e PMEs

Os resultados recentes com base no índice reforçam, de acordo com Beraldi, a percepção de que 2025 tende a ser um ano desafiador para a atividade econômica doméstica, especialmente para PMEs. A dependência do crédito e da evolução do consumo das famílias são dois fatores que prejudicam qualquer avaliação prévia mais precisa neste âmbito.

Ainda assim, a performance observada em diversas atividades no último mês sugere que, apesar do ambiente macroeconômico adverso, as PMEs não devem ser completamente comprometidas.

“O avanço apenas deve ocorrer de forma mais moderada e alinhada ao ritmo da economia como um todo. Para o PIB brasileiro em 2025, a mediana das expectativas do mercado aponta para uma evolução de 2%, segundo o Relatório Focus do Banco Central do Brasil”, pontua o especialista.

Comércio

Segue como o principal destaque positivo entre as PMEs, com crescimento de 13,1% no faturamento real em fevereiro de 2025, impulsionado pelo atacado. O varejo teve alta de 1,2%, revertendo parte das perdas dos meses anteriores.

Infraestrutura

Cresceu 2,1% na comparação anual, puxado por serviços de gestão de resíduos e construção especializada. No entanto, segmentos da construção civil registraram queda na perspectiva ano a ano, como obras de infraestrutura (4,1%) e construção de edifícios (11%).

Serviços

Avançou 0,6% após dois meses de retração, com destaque para transporte e comunicação. Já setores essenciais, como alimentação e educação, ainda tiveram desempenho abaixo do esperado.

Indústria

Teve nova retração, chegando a 7% em fevereiro, acumulando quatro meses seguidos de baixa. A fabricação de alimentos e eletrônicos puxou a queda, enquanto vestuário, papel e impressão registraram crescimento.

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