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Após dois anos, PMEs têm desaceleração das vendas em dezembro

Por: Amanda Lucio

Jornalista e Repórter do E-Commerce Brasil

O Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs), que avalia a movimentação financeira das pequenas e médias empresas brasileiras (faturamento de até R$ 50 milhões anuais), apontou uma queda de 0,9% em dezembro de 2024 na comparação anual. Apesar disso, o quarto trimestre de 2024 registrou crescimento de 3,3% em relação ao mesmo período de 2023, embora com desaceleração em relação ao terceiro trimestre (+5,5%).

Mulher de cabelos castanho e blusa marrom anotando medidas de roupas em sua pequena loja.
(Imagem: Freepik)

Destaques por setor

O índice divide as PMEs em quatro grandes setores: comércio, indústria, infraestrutura e serviços. Os resultados de dezembro/24 refletem variações importantes:

  • Comércio: crescimento de 7,1% YoY, impulsionado pelas vendas de final de ano e Black Friday. Destaque para artigos de colchoaria, artigos de viagem e brinquedos;
  • Infraestrutura: crescimento de 3,1% YoY, sustentado por ‘coleta e tratamento de resíduos’ e ‘eletricidade’. O segmento de construção, porém, segue em queda;
  • Indústria: queda de 5,4% YoY, com apenas 6 dos 23 subsegmentos monitorados apresentando crescimento, incluindo produtos têxteis e equipamentos de transporte;
  • Serviços: queda de 1,9% YoY, embora algumas atividades, como transporte, armazenagem e saúde, tenham mostrado expansão.

Fatores macroeconômicos e perspectivas para 2025

Para o economista da Omie, Felipe Beraldi, o cenário macroeconômico desafiador impactou as PMEs no final de 2024, especialmente após o anúncio de medidas fiscais consideradas insuficientes pelo mercado. Para 2025, as expectativas são de crescimento moderado, com destaque para setores mais dependentes da renda familiar, como comércio e serviços.

Entretanto, segmentos mais dependentes de crédito, como indústria e infraestrutura, devem enfrentar desafios devido à manutenção de juros elevados. A continuidade da alta da Selic pelo Banco Central deve restringir a expansão nesses setores.

Resumo das expectativas setoriais

  • Comércio e serviços: tendem a liderar o crescimento, sustentados pelo consumo das famílias;
  • Indústria e infraestrutura: podem enfrentar dificuldades, especialmente em atividades mais sensíveis à evolução do crédito.

Apesar das adversidades, Beraldi acredita que o setor de PMEs seguirá resiliente, acompanhando de perto o desempenho geral da economia brasileira em 2025.