O Procon-SP convocou a empresa responsável pelo aplicativo de compras Facily para uma reunião presencial na quinta-feira (8). A empresa deverá explicar sobre os problemas causados aos consumidores, como a não entrega de produtos, a falha nos canais de atendimento pós-venda, entre outras práticas que desrespeitam o Código de Defesa do Consumidor.
Segundo o órgão estatal, desde o início deste ano, as reclamações contra a empresa aumentaram de forma expressiva: enquanto no mês de janeiro foram observados 21 casos, em maio e junho foram, respectivamente, dois mil e nove mil. No primeiro semestre de 2020, foram apenas cinco reclamações contra 11.563 no primeiro semestre deste ano.
A empresa foi notificada em maio, mas as explicações não foram suficientes e os questionamentos dos consumidores continuaram a chegar ao Procon-SP. Só no dia 5 de julho foram registrados 500 casos, segundo a instituição.
Facily teria despeitado regras
De acordo com o Procon, além dos problemas com a entrega dos itens, a divulgação publicitária feita pela empresa desrespeita as regras de informação de preços. Apenas o valor dos itens vendidos em grupo — e com desconto — é destacado. Já o valor do produto vendido individualmente (sem desconto) aparece em caracteres menores, dificultando a comparação dos dois preços praticados e a compreensão do consumidor.
Em seus termos e condições de uso, a Facily se isenta de responsabilidade por eventuais problemas nos serviços prestados e não respeita o direito ao arrependimento, que prevê que o consumidor pode desistir da compra feita de forma remota dentro do prazo de sete dias e receber de volta o valor integral.
O Facily é um aplicativo para compras de produtos como hortifruti, bebidas, acessórios para celular, entre outros, com entrega em todo o país. O consumidor compra em grupos para conseguir descontos.
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