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Reputação em jogo: o que fazer quando seu marketplace entra em crise?

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Por: Amanda Lucio

Jornalista e Repórter do E-Commerce Brasil

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Mulher denuncia Magalu após receber e-mail a chamando de “macaca” (Imagem: Redes Sociais)

O impacto negativo do ocorrido também afeta os sellers ativos no marketplace, que podem ter o volume de vendas reduzido diante de um possível boicote dos consumidores às compras na plataforma devido ao fato. Em comunicado, a Magalu informou “lamentar profundamente os constrangimentos sofridos pela cliente” e reforça seu compromisso com o combate a qualquer tipo de preconceito ou discriminação”.

“A empresa esclarece que o fato ocorrido nada tem a ver com o processo de biometria realizado pela cliente – essa operação é feita de forma 100% digital, sem qualquer interação humana. O mesmo acontece com as mensagens de confirmação enviadas pela Magalu para os consumidores”, diz a nota da empresa.

Completou indicando que “o cadastro original da cliente foi realizado em 2011, de forma online”. “Para evitar que casos semelhantes se repitam, a companhia já excluiu o campo ‘apelido’ de seus formulários cadastrais e adotou uma lista de palavras inapropriadas, que passarão a ser vetadas no momento do preenchimento do cadastro”.

Também foi mencionado como “a Magalu é referência em políticas de diversidade e inclusão e promove, de forma sistemática, ações de conscientização de seus funcionários a respeito desses temas. A empresa tem, atualmente, metade do seu quadro de colaboradores formado por profissionais negros, que ocupam 55% dos postos de liderança”.

Não subestime a segurança

No entanto, também é preciso ir além da tecnologia e dos treinamentos para tentar antever conflitos. Basso enfatiza que “a causa-raiz de falhas como essa está também no perfil de quem você contrata ou em como gerencia as pessoas. Os colaboradores precisam estar alinhados com os valores da marca e a marca precisa constantemente fortalecer isso por meio de sua cultura, que deve ser centrada no cliente”. 

“Quando isso é bem feito, naturalmente colaboradores desalinhados com a cultura, com a ética, com os valores da marca, vão embora. E, com o tempo, criar de fato um time que coloca o cliente no centro”, acrescenta.

O que fazer quando a situação sai do controle

A “cultura do cancelamento” envolve riscos reais para empresas, mais do que o prejuízo financeiro, os casos mancham na reputação do negócio e desestabilizam a confiança do cliente, afetando o posicionamento da marca em um mercado tão competitivo.

De acordo com o levantamento da Nexus, 6 em cada 10 brasileiros, 59% da população, já deixou de comprar por questões associadas a desrespeito, corrupção, impacto ambiental negativo e até mesmo xenofobia praticada por algumas empresas.

Mesmo assim, esse tipo de ocorrência é possível. Então, para diminuir a imagem negativa, Basso recomenda se preparar previamente com comitês de crise para sempre monitorar os principais temas que impactam as marcas. Segundo ele, “isso pode ser feito com base em assuntos que surgem no SAC diariamente, classificados pelos gestores como de alto risco, por exemplo”.

“Em outras palavras, temas vistos como ‘intoleráveis’ perante os valores da marca e seus processos internos. E com isso mapeado, monitorado, ter sempre o time a postos para dar respostas rápidas via comitês de crise”, conclui.

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