Crescimento negativo do PIB, alta taxa de inflação e desemprego subindo: até o mais resiliente consumidor brasileiro de itens de luxo tornou-se conservador nas suas compras em 2016, desencorajado pelas incertezas do futuro.
Essa tendência, porém, teve um lado positivo: pessoas com maior poder aquisitivo deixaram de lado compras e viagens no exterior e passaram a aquecer o mercado nacional. Outro fator que ajudou a acelerar as vendas foi a quantidade de promoções para queimar estoque, atraindo clientes à procura de uma pechincha.
Compra de presentes em queda
Com uma economia hesitante no Brasil, novos e tradicionais empresas com preços medianos no mercado de beleza estão prosperando graças à expansão da sua presença em shopping centers por meio de outlets ou quiosques. Novas categorias de kits mais baratos, incluindo produtos como perfumes e itens de cuidado com a pele, encontraram um nicho, colocando pressão sobre marcas de luxo. Boa parcela de vendas desse novo mercado veio de consumidores com médio poder de compra. Com uma cultura forte de dar presentes no Brasil, esse budget menor tem feito diminuir as vendas das “lembrancinhas”.
Barreiras de entrada crescem para aumentar a concentração do mercado
A forte queda no número de novas marcas chegando ao Brasil indica que a indústria se mantém cautelosa na hora de iniciar as operações em um clima tão instável. As negociações para começar um negócio no Brasil levam anos para se completar, e há alguns que não vemos novas entradas. Esse cenário, naturalmente, beneficia as empresas já estabelecidas no país.
Outlets premium começam a prosperar enquanto a internet permanece um canal de nicho
Com os shopping centers tendo larga dificuldade de entrar em São Paulo e Rio de Janeiro, e agora iniciando suas operações em outras regiões, como no Nordeste, as marcas de luxo começaram a crescer em outros lugares. Elas ocupam grandes espaços nos centros das cidades e obedecem itens da próxima coleção – esse conceito se encaixa bem na atual situação econômica, e mais shopping centers de luxo devem abrir em diversas cidades.
Por outro lado, o número de lojas online também está crescendo, embora esse canal tenda a ser apenas mais uma opção para comparar preços do que para efetivamente comprar, uma vez ainda falta confiança para o consumidor finalizar uma aquisição – levando internautas a ficarem preocupados com pagamentos seguros e a possibilidades de estarem comprando produtos falsos.
2017 promete trazer o início da recuperação econômica
As projeções de especialistas para 2017 é de recuperação econômica. Com isso, empresas especializadas em artigos de luxo esperam que a melhora na confiança do consumidor inicie uma retomada para taxas de crescimento mais sadias experimentadas anteriormente. Os consumidores de médio poder aquisitivo, em particular, precisam se sentir mais seguros em relação a seus empregos antes de aspirar comprar esses itens.
Fonte: Euromonitor