A Stone está colocando a Linx à venda e a operação está sendo conduzida pelos bancos americanos J.P. Morgan e Morgan Stanley. A decisão de vender a Linx ocorre após um período conturbado de integração, que se revelou mais desafiador do que o esperado para a Stone, especialmente em um momento em que a empresa redirecionava seu foco para seu negócio principal devido ao aumento da inadimplência em 2021.
A Linx foi adquirida pela Stone em 2020 por R$ 6,7 bilhões.
Apesar do interesse inicial da Totvs, que competiu com a Stone pela compra da Linx em 2020, a empresa de software não está sozinha no páreo. Bancos indicam que fundos de private equity como GIC e Advent estão em conversas preliminares, além de outras empresas do mercado de software que atuam fora do Brasil. A Totvs, entretanto, manifestou interesse na compra, mas a um valuation abaixo do que a Stone considera justo. Durante uma teleconferência recente, o CEO da Totvs, Dennis Herszkowicz, reforçou que a justificativa estratégica de 2020 para adquirir a Linx ainda faz sentido.
A venda da Linx ocorre em um momento em que o mercado também especula sobre a possibilidade da própria Stone estar à venda. Relatórios de bancos como Itaú BBA e Bradesco BBI apontam que empresas como BTG Pactual e PagBank poderiam ser potenciais compradores da Stone. Contudo, fontes próximas à empresa afirmam que, no momento, não há intenção dos acionistas em vender a Stone, em parte devido à confiança nos planos de crescimento da empresa, que projeta um aumento de 30% no lucro até 2027.
A integração entre a Stone e a Linx, que foi considerada problemática, só começou a ser executada de forma mais sistemática no final de 2022. A Stone focou em quatro verticais da Linx — varejo, farmacêutico, alimentar e postos de gasolina — para impulsionar a venda cruzada de seus produtos financeiros. Mesmo assim, a avaliação interna da Stone é que a venda cruzada não depende da aquisição completa da Linx, podendo ser realizada por meio de parcerias estratégicas com futuros compradores.
Em meio às especulações, o mercado acompanha de perto os próximos movimentos da Stone. A companhia, que viu sua ação desvalorizar significativamente após problemas com inadimplência em sua operação de crédito, está focada em retomar sua trajetória de crescimento e redefinir suas prioridades. Contudo, a decisão de vender a Linx, uma empresa que mostrou melhorias operacionais desde a aquisição, sinaliza uma reavaliação da estratégia de integração de negócios.
O mercado de tecnologia financeira e software no Brasil continua a se consolidar, e a eventual venda da Linx pode marcar um novo capítulo nesse cenário competitivo. Enquanto isso, o futuro da própria Stone permanece em debate, com possíveis compradores de olho em sua trajetória e potencial de crescimento.