O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na última quinta-feira (25) uma ordem executiva que reconhece como suficiente para atender às exigências de segurança nacional o plano de venda das operações norte-americanas do TikTok a investidores locais e internacionais. A medida adia até 20 de janeiro de 2025 a aplicação da lei que determina a proibição do aplicativo caso a controladora chinesa, ByteDance, não conclua a negociação.

A nova empresa responsável pelas operações do TikTok nos EUA foi avaliada em cerca de US$ 14 bilhões — valor considerado baixo em relação a estimativas de analistas que apontavam entre US$ 30 bilhões e US$ 40 bilhões. O algoritmo de recomendação, principal ativo da plataforma, seguirá em discussão. Segundo Trump, ele será reconfigurado e monitorado por parceiros de segurança da futura joint venture.
Negociações e impasse com a China
Trump afirma que conversou com o presidente chinês, Xi Jinping, que teria sinalizado aprovação ao acordo. Já o Ministério das Relações Exteriores da China declara que respeita a autonomia das empresas, mas pediu aos EUA que ofereçam um ambiente de negócios “aberto e justo” às companhias chinesas.
Apesar da ordem executiva, a imprensa chinesa destaca que a ByteDance manteria papel relevante na operação do país, inclusive criando uma nova empresa para cuidar de áreas como e-commerce, branding e integração internacional.
Estrutura societária
Conforme noticiado anteriormente, Oracle, Silver Lake e MGX devem ser responsáveis por cerca de 50% da participação na TikTok US. Investidores já ligados à ByteDance, como General Atlantic, Susquehanna International Group e KKR, devem deter aproximadamente 30%. A própria controladora da plataforma ficaria com menos de 20% da nova entidade, em linha com a lei norte-americana de 2024 que exige a redução da influência chinesa.
O conselho da nova companhia terá sete assentos, sendo seis ocupados por representantes estadunidenses e um indicado pela ByteDance.
Impacto político
O TikTok conta com 170 milhões de usuários nos EUA e, segundo Trump, teve papel importante em sua reeleição. O ex-presidente mantém 15 milhões de seguidores em sua conta pessoal, enquanto a Casa Branca lançou um perfil oficial na plataforma no mês passado.