O mercado de carga aérea surpreendeu com crescimento contínuo em 2024, apesar das expectativas de desaceleração. Os volumes globais de carga aérea não diminuíram e continuam fortes, impulsionados por marketplaces e exportadores asiáticos que buscaram o meio aéreo devido ao transporte marítimo ter ficado mais lentos e não suportar a alta demanda dos EUA e Europa pelos sites de e-commerce da China e demais países.
Em abril, a demanda por carga aérea cresceu 11% em relação ao ano anterior, marcando o quarto mês consecutivo de crescimento,. A Associação Internacional de Transporte Aéreo também relatou um aumento de 10,3% em março e 13% no primeiro trimestre, com volumes subindo dois dígitos por cinco meses consecutivos, consolidando a recuperação do setor desde a queda acentuada em 2022.
Nos EUA, a demanda por transporte aéreo aumentou com a proximidade do Dia das Mães, especialmente para flores da América Latina. A Latam Airlines transportou mais de 24.000 toneladas de flores, um aumento de 20% em comparação ao ano passado.
As tarifas de frete aéreo estão subindo, com a tarifa spot China-América do Norte atingindo $5,86/kg em 12 de maio, um aumento de $1,80 em relação ao ano anterior. As exportações aéreas da Ásia-Pacífico permaneceram robustas, com volumes subindo 13% em abril, enquanto as tarifas spot no corredor leste da Ásia para os EUA aumentaram mais de 30% a/a.
Os efeitos dos desvios de rotas marítimas ao redor do Chifre da África e a demanda crescente na Europa levaram a congestionamentos nos portos asiáticos. O transporte marítimo sofreu uma perda de capacidade de 15% a 20% nos corredores do Extremo Oriente para o norte da Europa e Mediterrâneo no segundo trimestre, segundo a Maersk.
Fatores macroeconômicos permanecem favoráveis para a carga aérea, com o setor manufatureiro global se expandindo e a relação pedidos para inventário subindo. A Organização Mundial do Comércio espera que o comércio global de mercadorias aumente 2,6% este ano, após cair 1,2% em 2023. Contudo, a inflação nos EUA ainda está alta, atrasando cortes de taxas pelo Federal Reserve, e a confiança do consumidor está diminuindo.
O comércio eletrônico e as mudanças no transporte marítimo impulsionam a demanda por carga aérea, enquanto os volumes e as tarifas continuam a subir, indicando uma recuperação sólida do setor.