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TV 3.0 amplia possibilidades para a publicidade segmentada no Brasil

Por: Amanda Lucio

Jornalista e Repórter do E-Commerce Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta terça-feira (27) o decreto que oficializa a adoção da TV 3.0 no Brasil. O novo padrão substituirá gradualmente o sistema digital implantado em 2007 e deve integrar a TV aberta à internet. As transmissões começam no primeiro semestre de 2026 nas capitais e a expansão para todo o território nacional pode se estender por até 15 anos.

(Imagem: Envato)

O novo modelo promete qualidade de imagem 4K, áudio imersivo e interatividade, mas seus efeitos vão além. A TV 3.0 abre caminho para publicidade segmentada, permitindo anúncios personalizados, métricas em tempo real e maior precisão no alcance de públicos específicos, recursos até hoje restritos ao ambiente digital.

Bruno Almeida, CEO da US Media, avalia que o padrão inaugura uma nova fase na comunicação: “A TV aberta vai dialogar com o consumidor de maneira semelhante ao digital, unindo segmentação e dados acionáveis. Isso permite campanhas mais personalizadas e mensuráveis”.

Reorganização do mercado

Segundo Almeida, a TV 3.0 tende a eliminar a divisão entre TV tradicional e publicidade digital. A expectativa é de que marcas reorganizem seus investimentos dentro de uma estratégia de “vídeo total”, que considera múltiplas telas da TV aberta ao celular.

O modelo também deve reposicionar as emissoras frente a plataformas de streaming e Connected TV (CTV), ampliando a competitividade do ecossistema. “A TV 3.0 pode acelerar a integração do planejamento de vídeo, desde que consiga oferecer métricas confiáveis e interoperabilidade com outras plataformas”, observa Almeida.

O que muda para marcas e agências

Embora a implementação seja gradual, especialistas recomendam atenção imediata. O executivo orienta que marcas participem de pilotos e mantenham diálogo com emissoras para acompanhar a evolução do padrão.

A adoção da TV 3.0 representa, segundo Almeida, um marco de modernização no país. O modelo preserva a gratuidade da TV aberta, mas incorpora ferramentas de personalização típicas do digital, ampliando opções para consumidores e competitividade para o setor de mídia.