De acordo com dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o varejo brasileiro “perdeu” R$ 103 bilhões em razão das casas de apostas, chamadas bets, em 2024. O mercado de apostas online cresceu no ano passado e, por consequência, parte da renda dos consumidores que poderia ser gasta com bens de consumo levou este fim.
Ainda segundo a CNC, cerca de 1,8 milhão de pessoas ficaram inadimplentes por comprometer a renda com apostas. Além disso, somente em 2024, os brasileiros apostaram R$ 240 bilhões.
As famílias de menor renda foram as que mais deixaram as contas em atraso por causa das bets, saindo de 26% de inadimplentes em janeiro e chegando a quase 30% em dezembro. Do Bolsa Família, por exemplo, mais de cinco milhões de beneficiários gastaram R$ 3 bilhões em jogos em apenas um mês.
Vício
Segundo a CNC, o vício da população em bets representou uma perda significativa para o varejo. O descontrole financeiro, neste caso, foi o principal motivo para que a consumo de bens e a contratação de serviços fosse sacrificada.
Como paliativo, o Ministério da Fazenda colocou em prática algumas medidas para dar mais segurança à população. Entre elas, estão:
- Restrição de meios de pagamento, proibindo o uso de cartões de crédito;
- Exigência de identificação por meio de CPF;
- Reconhecimento facial;
- Verificação de idade.
Já a CNC, em nota oficial, se mostra a favor da regulamentação das casas de apostas e cassinos físicos, visando reduzir danos à economia brasileira. Desde o início de 2025, aliás, novas regras passaram a valer no mercado de apostas no Brasil. Ao todo, 66 empresas da área foram autorizadas a operarem por aqui.