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Varejo nacional deve aprender a conviver com bets neste ano

Por: Lucas Kina

Jornalista e produtor de Podcasts no E-Commerce Brasil

De acordo com dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o varejo brasileiro “perdeu” R$ 103 bilhões em razão das casas de apostas, chamadas bets, em 2024. O mercado de apostas online cresceu no ano passado e, por consequência, parte da renda dos consumidores que poderia ser gasta com bens de consumo levou este fim.

Varejo nacional teve prejuízo de R$ 103 bi com bets em 2024
(Imagem: Envato)

Ainda segundo a CNC, cerca de 1,8 milhão de pessoas ficaram inadimplentes por comprometer a renda com apostas. Além disso, somente em 2024, os brasileiros apostaram R$ 240 bilhões.

As famílias de menor renda foram as que mais deixaram as contas em atraso por causa das bets, saindo de 26% de inadimplentes em janeiro e chegando a quase 30% em dezembro. Do Bolsa Família, por exemplo, mais de cinco milhões de beneficiários gastaram R$ 3 bilhões em jogos em apenas um mês.

Vício

Segundo a CNC, o vício da população em bets representou uma perda significativa para o varejo. O descontrole financeiro, neste caso, foi o principal motivo para que a consumo de bens e a contratação de serviços fosse sacrificada.

Como paliativo, o Ministério da Fazenda colocou em prática algumas medidas para dar mais segurança à população. Entre elas, estão:

  • Restrição de meios de pagamento, proibindo o uso de cartões de crédito;
  • Exigência de identificação por meio de CPF;
  • Reconhecimento facial;
  • Verificação de idade.

Já a CNC, em nota oficial, se mostra a favor da regulamentação das casas de apostas e cassinos físicos, visando reduzir danos à economia brasileira. Desde o início de 2025, aliás, novas regras passaram a valer no mercado de apostas no Brasil. Ao todo, 66 empresas da área foram autorizadas a operarem por aqui.