O varejo brasileiro está em constante evolução, mesmo atravessando a “permacrisis” (sucessão e crises e acontecimentos catastróficos). É o que disse Rafael de Araújo, Head de Consultoria da WGSN na América Latina. No segundo dia (31), do Fórum E-Commerce Brasil, Rafael trouxe uma previsão do varejo brasileiro para os próximos anos.
A pesquisa “A visão de futuro do varejo brasileiro”, realizada pela WGSN, foi baseada na sondagem quantitativa e entrevistas com marcas específicas, em uma união de dados secundários. A metodologia cruza os dados com os perfis da sociedade para entender quais as recorrências a partir de determinados ângulos.
Sendo assim, o que vai acontecer nos próximos dois anos?
- Renascimento do varejo
- Amadurecimento da IA
- Paradoxo da polarização
- Responsabilidade ecológica
- Ascensão do varejo hiperlocal
Pensando nisso, a WGSN mapeou cinco tendências de comportamento e estratégias para os próximos seis meses a um ano:
- Diferenciação na era do “permadesconto”: consumidor cada vez mais acostumado a procurar a melhor oferta, 60% dos decisores acreditam que a questão econômica irá impactar as relações do varejo. Varejistas estão trabalhando em datas prioritárias próprias para aprofundar relacionamentos.
A estratégia? Fornecer promoções ou cashbacks com mais sentido e intencionais para suprir esse consumidor que está buscando descontos. - Comércio subconsciente: como as compras são feitas a partir do emocional, há uma evolução nessa relação e crescimento na expectativa do consumidor.
A estratégia? Utilizar dados e tecnologia para prever as preferências e necessidades desse consumidor para mantê-lo sempre em contato com a marca. - Investir no varejo de experiência: transformar a relação com o consumidor, porque 65% desiste da compra devido às más experiências. No Brasil, 55% estão priorizando gastos em experiências no lugar de produtos.
A estratégia? Pegar carona no renascimento da economia de experiência, voltar aos “terceiros espaços” para viver experiencias além do digital. - Preparação para o clima extremo: a condição irá impactar a relação com os consumidores e a expectativa deles será sobre a postura da marca em relação à questão. Na pesquisa, apenas 13% dos entrevistados afirmaram que as empresas lideram ou entendem sobre ESG. Ainda há muitas barreiras nesse sentido, destacou Rafael, seja falta de recursos, métricas ou profissionais capacitados.
A estratégia? Tornar-se circular e incluir nos negócios uma adesão holística em relação à sua cadeia de produção e descarte de produtos. - Humanizar serviços de IA: cada vez mais, a pauta tem se tornado importante como um processo de adaptação das empresas. O levantamento indicou que, 50% dos decisores acreditam no desconhecimento dos consumidores sobre o impacto da IA.
A estratégia? Ser 360º, pensando no percurso como um todo. Usar recursos de realidade aumentada, experiências gamificadas. A omnicanalidade veio para ficar e articular um circuito completo e recorrente é um propulsor para os negócios.
Por último, Rafael trouxe takeaways para quem acompanhará as tendências do mercado. Entre eles, o palestrante destacou a importância de se diferenciar e pensar ofertas personalizadas, usar dados proprietários para fidelizar clientes. Se aventurar em novas experiências, como as collabs, é outra maneira de se manter em destaque e sair da zona de conforto.
Para ele, as empresas também não podem esquecer da colaboração em prol do bem comum e aproveitar o otimismo com as inovações, pois o público tem engajado nisso. Então, aproveitar a jornada e a ligação emocional é eficaz para construção de experiências únicas.