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Alinhar marketing e vendas para melhor performance com o cliente B2B

Por: Fernanda Nascimento

Planejadora de Marketing, fundadora e CEO da Stratlab, empreendedora, estrategista digital centrada no cliente e especialista em marketing e vendas B2B, que estuda e cria estratégias de marketing digital para empresas B2B. Com mais de 30 anos de mercado, atua na Stratlab, criando planejamentos integrados que priorizam a experiência do cliente, geram leads e convertem em vendas de alta qualidade. Possui Master’s Degree em Marketing pelo Chartered Institute of Marketing, tem especialização em Liderança e Estratégia pelo Insper e Columbia University. É professora convidada na Lemonade School, FGV e ESPM, ministrando cursos de Marketing Digital aplicado às áreas de Marketing, Vendas e Recursos Humanos. É influencer para o LinkedIn e Gartner. Em 2017 foi certificada como Social Selling Expert pelo LinkedIn e em 2023 foi convidada a integrar o LinkedIn Sales [In]sider, grupo global de especialistas em vendas, sendo a única integrante latino-americana.

Em busca dos melhores resultados, um time não pode sair dividido e sem uma estratégia comum. Isso vale para tudo e, agora, vale ainda mais para marketing e vendas, que definitivamente devem quebrar as barreiras entre as áreas buscando alinhamento total. Diante das profundas mudanças que estamos vivenciando desde que a pandemia literalmente jogou todo mundo para o digital, tornou-se praticamente impossível para os times de vendas manterem os antigos silos.

Venho falando desse tema há algum tempo e já vivenciei muitos workshops de integração, em que, em alguns casos, a resistência se revelou bem forte. É natural que lideranças e seus times queiram manter as práticas que até então sempre deram certo. Até porque mudar exige esforços de aprendizado e skills de humildade, empatia e colaboração. Mas a pandemia chegou quebrando todos os tabus daqueles que ainda se mantinham refratários.

Imagem de uma mão masculina segurando um cartão escrito B2B

Segundo pesquisa, a grande mudança digital veio para ficar e compradores e vendedores B2B preferem a nova realidade.

A McKinsey realizou uma pesquisa sobre o comportamento dos tomadores de decisão do B2B de todos os setores, desde o início da crise. Ela revela que a grande mudança digital veio para ficar e que compradores e vendedores B2B preferem a nova realidade. Aliás, essa mudança foi adotada por tomadores de decisão em todos os países pesquisados globalmente. Dos resultados, sete pontos merecem destaque. São eles:

Autosserviço

Mais de ¾ três quartos dos compradores e vendedores afirmam que preferem o autosserviço digital e o envolvimento humano remoto, em vez de interações face a face. Portanto, trata-se de um sentimento que se intensificou continuamente, mesmo depois que os bloqueios terminaram.

Interações remotas

A segurança é um dos motivos, mas interações remotas e de autoatendimento tornaram mais fácil para os compradores obter informações, fazer pedidos e providenciar serviços, e os clientes desfrutaram dessa velocidade e conveniência.

Vendas presenciais

Apenas cerca de 20% dos compradores B2B afirmam que esperam retornar às vendas presenciais, mesmo em setores em que os modelos de vendas em campo tradicionalmente dominam, como produtos farmacêuticos e médicos.

Digitalização

Os líderes de vendas B2B deixaram de ser “forçados” a adotar o digital em reação às paralisações generalizadas na pandemia. Neste caso, adotaram uma crescente convicção de que o digital é o caminho a percorrer.

Compras remotas

70% dos tomadores de decisão B2B afirmam que estão dispostos a investir mais de UU$ 50.000 em compras totalmente autônomas ou remotas; e 27% investiriam mais de UU$ 500.000.

Prospecção digital

Tomadores de decisão B2B de todos os lugares do mundo afirmam que a venda online e remota é tão eficaz quanto o engajamento pessoal, ou até mais — e não estão apenas falando sobre vender para clientes potenciais. Os vendedores também acreditam que a prospecção digital é tão eficaz quanto reuniões pessoais para se conectarem com os clientes.

Futuro digital

O futuro é digital e otimista. Quase nove em cada dez tomadores de decisão dizem que as novas práticas de vendas comerciais e de entrada no mercado serão fixas ao longo de 2021 e possivelmente depois.

Quem sai na frente?

Empresas que já vinham adotando o alinhamento como pauta cotidiana saem na frente para atender às novas demandas dos clientes. A tão falada transformação digital é, na verdade, muito mais que tecnologia. Ela impõe novos modelos de gestão e impacta fortemente as ações de marketing e vendas. Esse alinhamento já ganhou até um nome, SMarketing, que aglutina as palavras Sales e Marketing. Mas na vida real é tudo bem mais complexo do que misturar palavras e times. Uma integração desse porte requer investimento, estratégia e tempo, não sem antes causar muitas disputas internas.

“Os CMOs precisam procurar parceiros de tecnologia para entregar mais por menos, exigindo extrema agilidade enquanto mantêm a vantagem de inovação da marca. Os CMOs também terão que provar que são CGOs (Chief Growth Officers). Ou seja, exibindo um novo mantra integrado de vendas e serviços liderados pelo marketing, em oposição à abordagem tradicional do marketing como facilitador e das vendas funcionando como impulsionador”Martechseries.

Com o imenso volume de dados disponíveis e a expectativa dos clientes B2B por experiências tão boas quanto as que recebem no B2C, há muito a fazer. Afinal, ninguém mais pode ficar esperando os retardatários. Até porque a falta de integração impacta e muito os resultados. Agora mais ainda, considerando as mudanças que vêm ocorrendo no processo de compras.

Importância do alinhamento

Uma análise do Superoffice traz informações que confirmam a importância do alinhamento. Neste caso são tão relevantes, que acabam por convencer os que ainda se permitem duvidar dela.

  • O desalinhamento entre vendas e marketing é o principal motivo pelo qual a receita anual de uma organização estagna ou, pior, diminui. Esse problema se tornou um tópico muito quente. Tanto que empresas de Software as a Service (SaaS) com mais de 200 funcionários o listaram como sendo a terceira maior prioridade de marketing, antes de entender o ROI de marketing e reduzir os custos de aquisição;
  • O não alinhamento das equipes de vendas e marketing está levando ao desperdício de orçamento e recursos, pois até 60-70% do conteúdo B2B não estão sendo usados e perto de 75% dos leads de marketing nunca se convertem em uma venda;
  • Quando vendas e marketing estão alinhados fica muito mais fácil rastrear os resultados e fazer mudanças de alto impacto em uma proposta para aumentar a base de clientes.
  • 95% dos líderes de vendas de “classe mundial” estão alinhados com o marketing, enquanto na média dos líderes apenas 35% das equipes estão alinhadas.

Alinhamento em vendas e marketing

Já deu para sentir que o desafio de alinhamento é dos grandes, mas o “crime” compensa. Isso porque a Sirius Decisions descobriu que as empresas que alinham as equipes de vendas e marketing alcançam taxas de crescimento 24% mais rápidas e um aumento de lucro 27% mais rápido durante o período de um ano.

Desde que a experiência digital do cliente começou a avançar, o tema do alinhamento de vendas e marketing vem se tornando cada vez mais importante para que a união de esforços permita atrair, informar e reter clientes. Mas, com a chegada da pandemia, as vendas B2B saltaram rapidamente para o digital em um processo sem volta, em que os clientes entenderam as vantagens e já se acostumaram com as facilidades. Portanto, para os vendedores não resta outra alternativa a não ser se integrarem a esse novo processo que, necessariamente, passa pelo alinhamento total com o time de marketing.