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As principais tendências de SEO para 2024

Por: Diego Ivo

Diego Ivo é fundador e CEO da Conversion, agência especialista em SEO (Search Engine Optimization), estrategista de marketing digital, especialista em crescimento orgânico, palestrante de diversos eventos no Brasil e no exterior. Foi um dos brasileiros a palestrar no eWMS, evento de Philip Kotler.

Quem trabalha com SEO não consegue ter um minuto de sossego. Com as atualizações frequentes nos algoritmos do Google, o crescimento exponencial da inteligência artificial generativa e o aumento da relevância de plataformas como o TikTok nas buscas, surgem perguntas fundamentais.

– O que realmente está mudando no universo do SEO, e o que permanece o mesmo? Como não perder o que já foi conquistado e como ter melhores resultados de 2024 em diante?

Foco está em melhoria na avaliação de ROI e explorar os impactos da inteligência artificial – tanto para buscas generativas, quanto para acelerar a produtividade.

Para responder a essas dúvidas, selecionei as principais tendências de SEO para 2024. Mas elas não são tendências abstratas, que não fazem sentido prático. São, acima de tudo, diretrizes para alocar recursos em seu planejamento, a fim de obter melhores resultados.

Então, sem mais delongas, vamos explorar juntos o que o SEO reserva para nós em 2024!

Mais resultados generativos, menos cliques orgânicos (e pagos)

Recentemente, o Google lançou os resultados generativos em forma beta, disponíveis apenas para usuários que ativaram o recurso. Para quem não soube da novidade, o buscador passou a possibilitar que os usuários passassem a obter respostas de busca no melhor estilo ChatGPT, diretamente na SERP (Search Engine Results Page). Para isso, é preciso ativar o Search Lab.

Essa é uma tendência irreversível que tende a reduzir os cliques orgânicos, assim como os pagos, representando portanto um desafio para o Google e profissionais de SEO. Para o buscador, porque uma eventual preferência dos usuários por resultados generativos pode diminuir o interesse nos anúncios. No entanto, anúncios generativos não caem tão bem.

Por sua vez, para SEOs, a tendência pode ocasionar uma redução dos cliques orgânicos (mas isso é o que nós vivemos há pelo menos dez anos, então nada de tão grandioso muda.) É importante estarmos preparados para essa tendência, mesmo que o Google não esteja tão interessado que “a moda pegue”.

Uso de inteligência artificial como acelerador de produtividade

A inteligência artificial (IA) está revolucionando a atuação dos profissionais SEO (e de marketing como um todo), agilizando análises de dados e melhorando a produtividade. Uma das atividade em que a IA terá um papel fundamental será na análise de planilhas e dados complexos, dentro do próprio ChatGPT.

Essa capacidade de processar e interpretar grandes volumes de informação, de forma rápida e precisa, permite aos profissionais de SEO obter insights valiosos e tomar decisões embasadas para otimizar suas estratégias. Com a ajuda da IA, é possível extrair informações relevantes, identificar padrões nos dados e até mesmo criar gráficos.

Em alguns testes, eu já consegui realizar análises que costumam ser complexas e exigir profissionais especializados, como um Cohort por período de vendas mensurando dados de LTV. Em outros casos, em um e-commerce, consegui construir uma curva ABC de categorias de produtos baseado apenas na lista dos produtos vendidos (estamos falando de grandes planilhas).

Além disso, não podemos esquecer o uso de ferramentas nativas de SEO para melhoria dos processos, como Reword, Rytr, SurferSEO ou a brasileira Niara. Atualmente, há um crescimento sem precedentes de ferramentas do tipo e, nos próximos anos, haverá uma consolidação delas.

Topical Authority: dominar todos os temas de um assunto e produzir conteúdo com EEAT

Topical Authority, que consiste em se tornar uma referência em um ou mais assuntos, é o novo game-changer em SEO. A especialização e a produção de conteúdo abrangente em relação a um tema, criando conteúdos pensando mais no usuário, mesmo para termos que não sejam muito pesquisados, são fundamentais.

Dessa forma, será possível um site menor competir até mesmo com sites de DA (Domain Authority) muito maior e, potencialmente, se tornar uma referência para o público da própria área, o que faz com que as pessoas busquem informações do nicho mais em seu site do que no próprio Google.

Além disso, o conteúdo precisa ter EEAT – que é Experiência (não se trata apenas de UX, mas sim de ser um redator com experiência prática naquele assunto), Expertise, Autoridade e Confiabilidade (Trustworthiness). Criar conteúdo especializado nunca foi tão importante. E mais ainda: seus conteúdos devem ser assinados por pessoas!

Data-Driven PR é o novo link building

Todo mundo sabe que o link building é fundamental em SEO. No entanto, muitas pessoas ainda cometem o erro de se envolver em práticas de troca de links e guest posts. Na contramão disso, algumas empresas que estão investindo em pesquisas e índices de mercado para gerar dados proprietários estão remodelando as estratégias de SEO.

Ao gerar dados relevantes, a empresa cria ativos que podem ser mencionados por outros sites, especialmente veículos de imprensa. Ao fazer isso, você estará construindo uma base sólida para atrair a atenção da imprensa e garantir que os backlinks que você obtém são realmente valiosos e de alta qualidade.

O Data-Driven PR, ou assessoria de imprensa baseada em dados, está se consolidando como a melhor estratégia para SEO Off-Page globalmente.

É preciso rever a mensuração de ROI e repensar modelos de atribuição

Dentro do mercado de marketing digital, é comum a mensuração dos resultados através de canais específicos. No entanto, essa abordagem é míope, pois cada canal possui diferentes comportamentos de tráfego. Por exemplo, em canais de buscas, alguns usuários já têm interesse na marca e usam o buscador apenas como atalho, enquanto outros estão buscando informações ou produtos. Deveríamos dar pesos muito diferentes para cada um dos casos.

É importante ressaltar que a conversão geralmente ocorre devido ao interesse na marca, e não apenas devido ao canal específico. Portanto, é necessário analisar não apenas os canais de aquisição, mas a jornada completa do consumidor, a fim de compreender o verdadeiro ROI tanto do SEO quanto de outras ferramentas.

No caso do SEO, essa análise é cada vez mais importante. Na medida em que o Google vai inserindo mais anúncios nos resultados de busca, o papel hoje do SEO está mais no topo e no meio de funil, sendo responsável por gerar a demanda, mais do que converter.

Além disso, é essencial repensar os modelos de atribuição baseados no último clique e considerar modelos mais holísticos para compreender o impacto real de cada canal. Simplificando uma abordagem que é complexa, a autoatribuição é um dos melhores formatos a serem utilizados e que geram muito impacto, sendo simples de implementar.

Mais eficiência e o fim da dicotomia cliente x agência

Em 2024, o mercado vai olhar mais para eficiência. Por isso, executar pelo menos as boas práticas de Otimização da Taxa de Conversão (CRO), a fim de melhorar as taxas de conversão, é fundamental para maximizar o aproveitamento do tráfego de canais orgânicos, assim como dos pagos.

Além disso, precisamos pensar em SEO Híbrido, que é a colaboração entre equipes internas e consultorias externas. Esse novo modelo de trabalho, que já é mais comum quando falamos em performance, definirá o futuro do SEO dentro das empresas, com equipes internas gerando cultura de SEO nas companhias e maior escala. Por outro lado, nas consultorias, a nova forma de trabalho pode fortalecer o apoio em estratégia e competências específicas.

Buscas além do Google

Embora o Google seja dominante em termos de busca, ele já não é mais tão homogêneo quanto já foi. Há alguns anos, temos o YouTube exercendo um papel importante, em especial para empresas que investem em vídeos. A plataforma de vídeos é um touch point já muito importante no processo de decisão de compra de alguns nichos, como o automobilístico.

Para empresas com apps, é fundamental pensar em SEO para aplicativos, conhecido como AppStore Optimization (ASO). Além disso, cada vez mais, há um crescente movimento em relação ao SEO no TikTok. Uma pesquisa recente apontou que, em alguns casos, já existem palavras mais buscadas na rede social do que no próprio Google.

No entanto, é importante ressaltar que embora as buscas fora do Google ganhem relevância, os esforços nelas, via de regra, não devem consumir mais do que 20% dos recursos e devem ser tratados como inovação.