O Crédito Direto ao Consumidor (CDC) não é uma novidade para o varejo. Mesmo sendo “oficializado” na década de 50, essa modalidade já era bastante comum no dia a dia dos brasileiros. Lembra do caderninho no mercado em que se anotava as compras para que o pagamento fosse efetuado no fim ou começo do mês? Logo depois, isso passou para as lojas, onde era possível comprar parcelado sem passar pela aprovação dos bancos.
Já nos anos 2000, o CDC ganhou uma nova cara. Grandes redes passaram a oferecer cartões de crédito próprios, que davam vantagens exclusivas para compras nas lojas ou em estabelecimentos parceiros. Então, veio o boom do online e o Crédito Direto ao Consumidor precisou se reinventar – mais uma vez.
Como o Crédito Direto ao Consumidor pode ser um diferencial competitivo no e-commerce
Quem vende pelo virtual sabe que há muito trabalho a ser feito para que um usuário avance pela jornada de compra, escolha o produto e vá até o checkout. E é justamente nesse momento que muitos perdem a chance de converter um consumidor que estava na cara do gol. O abandono do carrinho é um problema bem comum nas lojas virtuais brasileiras. Para se ter uma ideia, estima-se que a taxa média no país seja de 61% – em 2020, chegou a 71%.
Dificuldades no cadastro e problemas com a página estão entre os motivos para desistência. Entretanto, existe outro problema que contribui para esse alto número: os meios de pagamento. Isso porque restringi-los ao cartão de crédito ou débito (método escolhido por 28% consumidores virtuais), Pix (preferência de 22%) ou boleto à vista (9%) deixa de fora uma parcela bastante significativa da população: os desbancarizados, como são chamados os mais de 16,3 milhões de brasileiros que não têm acesso aos serviços bancários.
Mas mesmo quem já possui conta ou cartão tem se interessado por outras opções de CDC, como o crediário digital. Nos Estados Unidos, onde houve um boom de opções buy now, pay later (“compre agora, pague depois”). 69% dos Millenials (nascidos entre 1981 e 1996) e 42% da geração Z (entre 1997 e 2010) disseram não comprar caso essa opção não esteja liberada no checkout, de acordo com levantamento realizado pela Afterpay.
Embora ainda não existam dados concretos sobre o comportamento dos nativos digitais brasileiros, especialistas apontam para o fato de que esse público vem sendo mais cauteloso em relação ao uso do cartão de crédito, além de possuírem limites menores.
Disponibilizar opções de pagamento parcelado, que não necessitem de cartão de crédito para a finalização da compra, pode, inclusive, aumentar os rendimentos do e-commerce. Em uma pesquisa realizada pela Cardify publicada na Forbes, metade dos entrevistados relataram gastar entre 10% e 40% acima do planejado quando o CDC está habilitado no checkout.
Fintechs: as aliadas do CDC do varejo online
Até aqui, você já percebeu como o Crédito Direto ao Consumidor (CDC) é capaz de abrir as portas do e-commerce para uma boa parcela de potenciais clientes, certo? Mas, então, como passar a oferecer essa opção para os visitantes do seu e-commerce? A resposta está na tecnologia. Na verdade, em startups que unem as inovações às finanças, as chamadas fintechs.
É por meio delas que pequenos e médios e-commerces podem passar a oferecer o CDC. A modalidade do crediário digital, que utiliza boleto ou Pix para o parcelamento das compras, é uma das formas de expandir as possibilidades de conversão entre os públicos que não têm – ou preferem não usar – o cartão de crédito.
Isso acontece pela integração do novo meio de pagamento oferecido pela fintech à plataforma da loja virtual. Quando chegar à etapa de checkout, o consumidor verá o CDC entre as possibilidades de finalização e, após uma rápida análise, poderá concluir a compra. Já para os lojistas, o buy now, pay later traz outras vantagens além do aumento nas vendas. Uma delas é que, entre dois e cinco dias, o valor integral do pagamento já está em caixa.
Dessa forma, as fintechs no varejo atuam como uma ponte que conecta o e-commerce a uma necessidade de parte dos consumidores. Mas não fazem isso apenas aumentando o poder de compra e incluindo financeiramente os “desbancarizados”, como também levam para o digital um meio de pagamento já consagrado entre os brasileiros, o crediário.
Leia também: Compre agora, pague depois: crediário digital é tendência no e-commerce