De acordo com projeções realizadas pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), o e-commerce brasileiro deve fechar 2021 com um avanço de 38% nas vendas em relação ao ano anterior. A arrecadação estimada é de cerca de R$ 304 bilhões!
O comércio eletrônico no país vem apresentando um crescimento constante há anos, alta que foi impulsionada pela pandemia. Agora, muito mais brasileiros criaram o hábito de comprar todo tipo de item pela internet, e parcelas da população que eram avessas ao e-commerce também se renderam às facilidades dos canais de venda online.
Como um dos resultados, o comércio digital se expandiu, mais meios de comprar online foram criados e novos termos apareceram.
Você já deve saber que e-commerce é um termo geral para as transações de compra e venda por meios eletrônicos. Mas já ouviu falar em m-commerce, c-commerce e t-commerce? Como esses meios de compra e venda se diferenciam do e-commerce? Descubra a seguir!
O que é m-commerce?
O termo m-commerce vem de mobile commerce, ou seja, comprar pelo celular. Esse tipo de compra online já desbancou as negociações por computador e é a preferida dos brasileiros.
Uma pesquisa divulgada em 2021 pela MeSeems/MindMiners apontou que 62% dos brasileiros usam o celular como único canal de compra online.
Já segundo a Ebanx, em 2020, 59% das compras no e-commerce brasileiro foram feitas pelo celular. Em 2019, esse índice era de apenas 15%.
Outro dado interessante é apresentado pela pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box, que aponta que 91% dos brasileiros com smartphone já compraram pelo menos uma vez pelo celular.
As causas para essa preferência nacional pelo m-commerce são muitas, cabendo destacar:
- maior facilidade de acesso das pessoas à internet pelo celular;
- a maioria das grandes lojas virtuais brasileiras investiram na criação de aplicativos (apps);
- maior praticidade e agilidade ao comprar, com telas mais simples e poucos passos até a concretização da compra.
No entanto, especialistas apontam que ainda há muito o que melhorar. Parte considerável das lojas virtuais brasileiras ainda não possuem aplicativos e muitas das que contam com esse recurso ainda oferecem apps ruins ou pouco intuitivos.
Para piorar, muitos sites de e-commerce não possuem versões simplificadas de suas páginas para o mobile, dificultando a vida de quem acessa as lojas pelo navegador do celular.
Ainda há muito investimento a ser feito até que o m-commerce atinja seu potencial. Quando isso acontecer, é provável que boa parte das vendas no e-commerce sejam feitas pelo smartphone.
O que é c-commerce?
O termo c-commerce significa conversational commerce e se refere a transações de compra e venda realizadas por aplicativos de mensagens, como o WhatsApp e o Telegram. Tais canais de venda online são caracterizados pela interação entre lojista e consumidor para a concretização da venda.
Só para se ter uma ideia do potencial desse tipo de venda online, 99% dos celulares com internet no Brasil possuem o WhatsApp instalado e 93% das pessoas usam o aplicativo todos os dias. Os dados são da pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box.
Em relação a outros aplicativos populares de mensagens, o Facebook Messenger está presente em 78% dos celulares brasileiros e o Telegram em 27% dos aparelhos móveis no país.
Vender pelo c-commerce é uma prática muito comum, particularmente entre pequenos lojistas. À medida que o negócio cresce e o volume de vendas aumenta, vai ficando difícil administrar todas as negociações. É por isso que empresas maiores apelam para bots, robozinhos que automatizam parte do processo de vendas por aplicativos de mensagens.
De qualquer maneira, o poder do c-commerce não pode ser menosprezado. Muitos consumidores gostam de ter a facilidade de falar diretamente com o vendedor por mensagem instantânea. Neste sentido, usar os recursos profissionais que esses canais oferecem, como o WhatsApp Business, pode facilitar o dia a dia do empreendedor.
O que é t-commerce?
O termo t-commerce significa tele-commerce, ou seja, as transações de venda pela televisão. Embora não seja uma novidade, já que o uso da televisão para a realização de vendas é feito há décadas, esse recurso se reinventou e ganhou novo fôlego com a adição de facilidades da tecnologia moderna, como os QR-Codes.
Hoje em dia, um espectador pode assistir a um comercial de TV ou a um programa de vendas e, em questão de segundos, apontar seu celular para a tela, ler o QR-Code e ser redirecionado ao site ou aplicativo da marca para concluir sua compra.
Caso prefira, o consumidor pode mandar uma mensagem de WhatsApp da loja virtual ou até mesmo ligar para a central de vendas (opção cada vez menos usada pelos consumidores modernos).
Podemos compreender, portanto, que o t-commerce funciona em complemento aos demais canais de vendas online citados anteriormente. Uma venda de t-commerce pode envolver e-commerce, m-commerce e c-commerce.
Anunciar na TV ainda é muito caro, por isso o t-commerce está restrito a uma pequena parcela de marcas e lojas virtuais, o que acaba sendo a maior desvantagem desse tipo de canal. Por outro lado, o alcance de massa costuma render elevados volumes de vendas às marcas que anunciam na televisão.
E-commerce, m-commerce, c-commerce ou t-commerce: quais canais de venda online usar?
Não existe resposta padrão para essa pergunta. Isso porque cada negócio tem suas particularidades. Entretanto, um bom ponto de partida para descobrir a resposta para o seu caso é se perguntar: onde estão os meus clientes?
Além disso, atitudes simples como abrir uma conta comercial no WhatsApp para atender os clientes via c-commerce e checar se o site da sua loja virtual funciona bem no navegador do celular também são importantes.
Passos mais complexos — como a criação de um aplicativo ou o investimento em anúncios na televisão — são caminhos futuros que seu negócio pode tomar quando tiver infraestrutura e investimento o suficiente para isso.
É importante lembrar que milhares de lojistas que vendem em marketplaces já contam com as facilidades de um aplicativo, pois a maioria dos grandes players do mercado possuem app.
Uma dica para quem está começando no e-commerce e vai abrir sua loja virtual (ou trocar de site para uma solução mais completa) é checar se a plataforma para e-commerce escolhida funciona bem no m-commerce.
Analise todas as telas, refaça o caminho feito pelo consumidor da escolha do produto até a conclusão da compra e escolha uma plataforma que atenda bem quem compra pelo celular. Lembre-se que a maioria dos brasileiros já usam o smartphone como principal ferramenta para comprar online!
No final das contas, o mais importante é ser eficiente nos canais de venda online em que atua, para que o consumidor saiba que pode contar com sua loja virtual quando ele precisar.