O comércio eletrônico tem se consolidado como um dos setores mais dinâmicos da economia global. Em mercados emergentes, a previsão é de um crescimento médio anual de 24% até 2027, conforme relatório da fintech canadense Nuvei. O Brasil se destaca nesse cenário, com uma expectativa de aumento de 28% no e-commerce, impulsionado pela adoção de métodos de pagamento inovadores e adaptados às particularidades locais, como o Pix.
Brasil: líder na América Latina
Mantendo sua posição de liderança na América Latina, o e-commerce brasileiro movimentou R$ 196,1 bilhões em 2023, um aumento de 4,8% em relação a 2022. Desde 2016, o setor mais que quintuplicou, representando atualmente 11% das vendas totais no varejo nacional. Esse crescimento reflete a forte digitalização do consumo no país, embora ainda haja espaço para expansão quando comparado a mercados mais maduros.
A expansão da infraestrutura digital, o aumento da população de classe média e a popularização da internet e dos smartphones são fatores-chave. Além disso, a adaptação dos meios de pagamento às preferências locais tem sido fundamental. No Brasil, o Pix é utilizado por 90% dos adultos e tornou-se essencial para o comércio eletrônico, facilitando transações rápidas e seguras.
Setores em destaque
O setor de alimentos tem sido um dos grandes protagonistas no crescimento do e-commerce. No primeiro semestre de 2024, essa categoria registrou um aumento de 18,4% no faturamento bruto, segundo dados da Nielsen. Outros segmentos, como eletrônicos, moda e cuidados pessoais, também apresentam desempenho robusto. O smartphone continua sendo o produto mais vendido online, evidenciando a demanda constante por tecnologia e conectividade.
Desafios e oportunidades
Apesar do crescimento expressivo, há desafios a serem superados. A concentração das vendas online na região Sudeste, que detém 73,5% do total, indica a necessidade de ampliar a inclusão digital em outras áreas do país. Iniciativas como o projeto E-commerce.BR, desenvolvido pelo MDIC e pela ABDI, buscam aumentar a adesão de pequenos negócios ao comércio eletrônico, especialmente em regiões onde esse mercado ainda é tímido.
A competitividade também é acirrada, com gigantes como Mercado Livre e Amazon dominando o setor de publicidade digital e retail media no Brasil. Além disso, a tendência global de conteúdos mais autênticos e humanizados nas redes sociais influencia as estratégias de marketing das empresas, que precisam se adaptar para engajar os consumidores de forma mais eficaz.
Tendências globais
No cenário internacional, mercados emergentes como Índia, México e Emirados Árabes Unidos também registram crescimentos expressivos no e-commerce. A adaptação às preferências locais, especialmente em métodos de pagamento e experiências de compra personalizadas, é crucial para o sucesso global. O uso de aplicativos de mensagens como o WhatsApp para interações comerciais é uma tendência forte, com 95% das empresas brasileiras utilizando a plataforma para contato com clientes.
A digitalização, impulsionada por inovações tecnológicas e mudanças comportamentais, oferece oportunidades significativas para empresas que conseguem se adaptar e atender às demandas dos consumidores modernos. Investir em experiências de compra personalizadas, entender as particularidades de cada mercado e superar desafios como a inclusão digital são passos essenciais para aproveitar todo o potencial que o comércio eletrônico tem a oferecer.