O e-commerce brasileiro está vivendo os seus anos de glória. Só em 2021, por exemplo, o setor cresceu 26,9%. Já o faturamento bateu a casa dos R$ 161 bilhões. E olha: o primeiro semestre de 2022 não deixou nada a desejar, viu? De acordo com um levantamento feito pela SmartHint, o faturamento dos cinco primeiros meses do ano foi 785% maior do que o mesmo período antes da pandemia.
Para explicar melhor essa evolução do e-commerce, trouxemos os principais acontecimentos da primeira metade do ano. Vamos mostrar também as tendências para os próximos meses. Confira!
Overview do e-commerce: o que aconteceu no primeiro semestre de 2022
No primeiro trimestre do ano, o e-commerce cresceu 12,6% se comparado ao mesmo período do ano anterior. A seguir, vamos explicar melhor de onde veio esse crescimento.
Volume de vendas online
De acordo com o Índice MCC-ENET, as vendas no e-commerce seguem em ascensão. No acumulado do ano – de janeiro a maio -, o percentual de crescimento foi de 8,65%. No comparativo com o mesmo período do ano passado, a alta foi de 4,99%.
Faturamento
Apesar do aumento no volume de vendas, o faturamento não cresceu na mesma proporção. Em maio, por exemplo, houve uma queda de 1,06% se comparado ao mesmo mês do ano anterior.
Já o acumulado de 2022 se mantém positivo: 4,69%. No entanto, o índice é inferior ao acumulado registrado em maio de 2021, que era de 46,99%. A desaceleração pode ser reflexo da reabertura das lojas físicas.
Categorias em destaque
Desde 2018, os equipamentos de informática e comunicação (como notebook e smartphone) estão entre as categorias mais vendidas no e-commerce (42,7% do market share). No entanto, em meio à pandemia, houve uma alta. Em 2021, por exemplo, o setor teve participação de 43,10%.
Já no primeiro semestre de 2022, foi possível perceber uma ligeira queda. No acumulado dos últimos 12 meses – até abril -, os equipamentos, materiais para escritório, informática e comunicação representaram 41,7% das vendas. Veja mais alguns dados do market share das atividades do comércio varejista:
- 29,4% móveis e eletrodomésticos;
- 10,7% tecidos, vestuário e calçados;
- ]7,3% artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, perfumaria e cosméticos;
- 5,4% outros artigos de uso pessoal e doméstico;
- 3,9% hipermercados, supermercados, produtos alimentícios e fumo;
- 1,6% livros, jornais, revistas e papelaria.
Aliás, a venda de roupas e calçados de inverno teve uma alta na primeira quinzena de junho por causa das baixas temperaturas. De acordo com a Neotrust, o número de pedidos cresceu 22,8% se comparado ao mesmo período do ano anterior.
O destaque foi para coletes masculinos, que tiveram um aumento de 603% no faturamento e de 548% no número de pedidos. Em seguida, aparecem os coletes femininos, coletes e jaquetas infantis e botas femininas.
Consumidores
De janeiro a março de 2022, 17,5% dos internautas brasileiros fizeram pelo menos uma compra online. Esse percentual representa 24 milhões de clientes únicos. Apesar de o número ser maior do que o do ano anterior, percebe-se uma desaceleração no crescimento.
Afinal de contas, o salto de 2020 para 2021 foi bem maior: 16 milhões para 23 milhões de consumidores únicos. Mais uma vez, esse movimento já era esperado devido à retomada da economia no período pós-pandemia.
Meios de pagamento
O Pix é a sensação do momento. No primeiro trimestre de 2021, o meio de pagamento representou 4,3% do faturamento total do e-commerce. Em 2022, o número saltou para 9,7%. Apesar dessa alta, o cartão de crédito ainda é a solução mais utilizada (82,6%).
No entanto, o destaque mesmo vai para os cupons. Nos primeiros cinco meses do ano, a utilização do recurso para obter vantagens cresceu 188%. Só no segmento de moda, por exemplo, houve um crescimento de 60%.
Como você pode perceber, o e-commerce continua em ascensão. No entanto, para vender, não basta abrir uma loja virtual e esperar a magia acontecer, viu?
Pensa bem: à medida que o faturamento cresce, a concorrência também fica mais acirrada. Isso porque todo mundo quer abocanhar um pedacinho desse sucesso. É por isso que é importante ficar de olho nas principais tendências para o setor.
Tendências para e-commerce: o que esperar para os próximos meses
A expectativa da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) é de que o e-commerce brasileiro fature R$ 169,5 bilhões em 2022. É um crescimento de 12%.
E são vários os fatores que contribuem para essa ascensão. A seguir, vamos mostrar duas tendências que contribuem para o aumento das vendas online.
Phygital
A estratégia phygital – também conhecida como figital – consiste na perfeita união entre os canais de venda físicos e digitais.
Por exemplo: o consumidor pode comprar um produto no site, recebê-lo em casa e trocar na loja. Mais: é possível ver o catálogo online antes de se dirigir à loja, experimentar roupas sem sair de casa por meio de realidade aumentada e por aí vai.
Essa tendência ganhou força para fortalecer o e-commerce em meio à reabertura das lojas físicas, sabe? Logo, em vez de virar concorrentes, os canais online e offline se tornam parceiros para garantir experiências híbridas ao consumidor e gerar mais vendas.
No entanto, para aproveitar a oportunidade, é importante elaborar uma boa estratégia omnichannel. Além do mais, é legal investir em tecnologias especializadas como IoT, wearables, totens, inteligência artificial, entre outras.
Live commerce
O live commerce é uma espécie de show de vendas. Nesse contexto, as transmissões ao vivo são usadas para aproximar a marca do consumidor e despertar desejos de consumo.
Aliás, bem como a estratégia phygital, o live commerce também ganhou relevância durante a pandemia. E como a tática deu certo, a tendência é de que os e-commerces aperfeiçoem cada vez mais as plataformas para garantir melhores experiências aos consumidores.
Sendo assim, vale a pena investir na estratégia. Se for possível, é interessante até fazer parcerias com influenciadores digitais para aumentar o engajamento e elevar o potencial de conversões.
Em resumo: os números do e-commerce no primeiro semestre de 2022 são animadores. E apesar do ritmo de crescimento desacelerado, o setor ainda está a todo o vapor e com boas perspectivas. Afinal de contas, na segunda parte do ano,se concentram as datas comemorativas mais lucrativas para o comércio eletrônico, como Black Friday e Natal.
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