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E-commerce raiz: como superar a crise com sabedoria e inovação

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Por: Wellington Cid

Especialista em E-commerce, Marketing e Sistemas

Especialista em E-commerce, Marketing e Sistemas, com MBA em Marketing e especializações em e-commerce, logística, tecnologia e desenvolvimento web. Ajudo empresas a escalarem suas operações digitais por meio da implantação e otimização de plataformas, ERPs e processos estratégicos. Com passagem por grandes empresas como Votorantim, Natura e B2W Digital Americanas, além de atuar no crescimento de startups inovadoras no mercado de e-commerce, transbordando experiência na gestão e implementação de soluções para o varejo digital. Minha missão é conectar tecnologia, performance e resultados, impulsionando negócios a vender mais e operar com eficiência.

No atual cenário econômico, encontra-se o Brasil com mais de 40% da sua população endividada, batendo recordes de pedidos de recuperação judicial, estado com dívida bruta acima de R $9 trilhões, próximo a 80% do PIB, todas as esferas da economia sangrando brutalmente. No exterior, também há guerras comerciais, desaceleração, inflação em alta, é assustador.

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Imagem: Envato.

Para os empreendedores do e-commerce, o desafio também está lançado – querendo ou não, será preciso adotar estratégias inteligentes para continuar rentáveis e competitivos. Procurar culpados ou reclamar sabemos que não vai funcionar. Vamos explorar as principais abordagens que podem ser aplicadas aos negócios para ajudar o comércio eletrônico a crescer, mesmo em tempos de incerteza – não apenas com base em tecnologias modernas, mas também com a sabedoria das gerações anteriores, que superaram tamanhas crises nacionais e internacionais.

1. Otimização de custos e eficiência operacional

Em um mundo caro e onde a redução de custos é essencial para a sobrevivência de qualquer negócio, algumas práticas que podem ajudar a ter ou melhorar a rentabilidade:

    – Automatização de processos: ferramentas de automação de atendimento, marketing e gestão de pedidos podem diminuir desperdícios e a necessidade de mão de obra, ajudando a reduzir custos operacionais.
    – Gestão inteligente de estoque: otimizar o armazenamento, seja através de dropshipping, fulfillment ou mesmo reduzir seu estoque em armazém próprio, pode evitar desperdícios e minimizar custos com armazenagem.
    – Taxas e tarifas: queridíssimas, já que não dá para ficar sem elas, é melhor buscar as melhores alternativas, que tenham melhores condições, com todos os fornecedores, desde operadores de pagamento até as transportadoras. Isso pode ajudar a melhorar a lucratividade rapidamente.

    Assim como nossos antecessores viviam falando em fazer mais com menos em períodos de escassez, hoje devemos buscar eficiência sem comprometer a qualidade do que entregamos.

    2. Aumento de conversão e vendas

    A conversão é fundamental para qualquer e-commerce, é o principal indicador de sucesso de qualquer operação online. Mais visitantes, mais clientes. Algumas técnicas eficazes que podemos utilizar:

      – Ticket médio e recompra: é possível implementar programas de fidelidade, descontos progressivos, kits de produtos – estratégias que incentivam compras de maior valor e aumentam a recorrência.
      – Live commerce e social selling: canais de televisão faziam campanhas e anúncios o dia todo e vendiam. Agora, o público está sedento em outras telas, comprando ao vivo e nas redes sociais, como Instagram e TikTok. Essa modalidade está em alta e proporciona alto engajamento entre o público e a empresa ou marca.
      Personalização com IA: Ai de você se ainda não está aproveitando os benefícios das recomendações baseadas no comportamento dos clientes. A inteligência artificial faz um trabalho fantástico, melhora a produtividade, aumenta as chances de conversão, além de melhorar a experiência de compra.

      Como os antigos faziam no tradicional comércio de rua e nas feiras, nos interiores do Brasil isso ainda é muito comum: conhecer o cliente, conversar sobre o que ele precisa ou deseja e oferecer o que ele quer naquele momento continua sendo uma das chaves de sucesso nas vendas.

      3. Marketing de baixo de custo e alta conversão

        Assim como a população se multiplica, também cresce a concorrência. Logo, o marketing digital deve ser estratégico e eficiente.

        SEO e marketing de conteúdo: orgânico é natural, é vida, melhorar o tráfego orgânico do site deveria ser a primeira coisa a ser feita. Fazer isso reduz a dependência do tráfego pago, melhora a performance quando se usa mídia paga e aumenta a visibilidade da marca e da sua empresa.
        – Influenciadores e parcerias: influenciadores e microinfluenciadores têm a confiança do público para o qual eles se dirigem. São conhecidos, têm a atenção da audiência e geram mais conversão – além de custarem menos do que campanhas publicitárias tradicionais.
        – Aplicativos de mensagens: WhatsApp e Telegram são ótimos canais para se comunicar com seu público. Crias grupos e listas de transmissão permite interagir com seus clientes sem custos recorrentes.

        Em tempos difíceis, o boca a boca e a criatividade são aliados de quem vende. Nos anos 70, surgiu o conceito do marketing de guerrilha, inspirado em uma guerra mesmo – são estratégias e táticas não convencionais, que chegam de forma impactante, surpreendente, criativa e com baixo custo. Essas práticas se modernizaram e continuam através das redes sociais e do marketing de influência. Aproveite e, quando puder, faça uma campanha com profissionais gabaritados do mercado tradicional e digital – eles também são bons investimentos.

        4. Gestão financeira inteligente

          Assegurar a saúde financeira da empresa é fundamental para o crescimento e a manutenção de qualquer empresa. No e-commerce, não é diferente. É importante controlar os gastos visíveis e invisíveis, pagar as contas em dia e evitar acumular dívidas. Em um bom planejamento financeiro, incluem-se abordagens importantes como:

          – Parcelamento sem juros com repasse de taxas: com isso, você permite que o cliente compre parcelado sem comprometer a margem da empresa.
          – Incentivar pagamento via Pix e boleto: mesmo que alguns meios de pagamento atualmente cobrem por esse serviço, ainda é mais vantajoso do que as taxas de cartão e melhoram a margem de lucro.
          – Linhas de crédito estratégicas: para financiar a operação, sempre dê preferência para as opções com taxas reduzidas e alongadas – isso ajuda o fluxo de caixa e a expansão do negócio. Custo de capital de terceiros muitas vezes pode ser mais barato do que o capital próprio.

          Gerações anteriores viveram épocas em que hiperinflação e instabilidade eram constantes – de manhã era um preço, à noite já era outro. Cuidar bem do caixa e evitar desperdícios é um princípio que atravessa os tempos, desde a Antiguidade. No final do dia, precisamos ter mais dinheiro do que começamos. Como diziam nossos avós: faturamento é ego, lucro é conceito e o caixa é o rei.

          Para concluir, independentemente dos inúmeros acontecimentos torrenciais, desde que conhecemos o mercado de e-commerce, ele continua em crescimento. No entanto, a barra subiu: o nível de exigência aumentou e demanda planejamento e estratégias bem definidas para garantir lucratividade e a permanência no mercado.

          Os gestores e empreendedores que investirem em eficiência operacional, na essência do marketing com assertividade e na gestão financeira com inteligência serão os que têm mais chances de sair vitoriosos após os dias de luta – crescendo de forma sustentável até chegar aos dias de glória.

          Um olhar atento para a sabedoria e a resiliência das gerações – personagens milenares como o rei Salomão – ainda nos ensina como enfrentaram e superaram grandes desafios, e como isso pode fazer toda a diferença e mudar a nossa história.

          Os tempos mudaram, a tecnologia evoluiu, mas os princípios permanecem. Assim como uma boa gestão, criatividade e empatia continuam sendo fundamentais.

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