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Economia prateada: seu negócio está preparado para os 50+?

Por: Letícia Fernandes

Analista Sênior de Marketing Institucional no Pagar.me

É pós-graduada em Branding pela ESPM-SP e bacharel em Jornalismo pela UFJF. Atualmente, é responsável pelo Marketing Institucional do Pagar.me e tem mais de 5 anos de experiência em marketing para negócios B2B.

Em 2100, é esperado que a expectativa de vida do Brasil chegue a 88,2 anos. Já agora, em 2023, ela fica em 76,2 anos, segundo dados da Divisão de População. Isso significa que o envelhecimento populacional já é uma realidade no Brasil.

Enquanto a geração Z está entrando no mercado de trabalho e se tornando uma população economicamente ativa, as gerações anteriores seguem ávidas consumidoras. Ou seja, o desafio passa a ser duplo.

Claro, essa é uma visão simplista, tudo depende do produto ou serviço que você oferece e quem é o seu público-alvo. Mas se você atende população 50+, realmente tem um negócio preparado para esses usuários e consumidores?

Afinal, o que é a economia prateada? E qual o seu cenário?

A economia prateada é o conjunto de atividades econômicas que têm o propósito de atender uma população consumidora com mais de 50 anos.

Vale frisar que essa faixa etária movimenta uma média de R$ 2 trilhões no Brasil todos os anos – a estimativa é da consultoria Data8. Também é preciso considerar o seu poder aquisitivo: os brasileiros com mais de 65 anos representam 17% dos 5% dos mais ricos do país, segundo a FGV.

Ponto de atenção: o público 50+ não vem sendo bem atendido no país. Esse cenário se dá por uma série de estigmas e estereótipos que cercam o envelhecimento – e se consolidam nos números:

– 65% dos idosos afirmam que as marcas não estão adaptadas para atender às suas necessidades;

– 52% têm dificuldades para encontrar produtos que sejam do seu desejo. Fonte: FleishmanHillard.

Dado esse cenário, como fazer diferente e melhor atender o público 50+?

Boas práticas para atender o público prateado

1 – Conheça as necessidades dos seus clientes 50+

Partir de vieses, preconceitos e juízos de valor pré-definidos não vai te ajudar a conhecer e se comunicar bem com o seu público 50+ (ou qualquer outro público).

Então, se você quer fazer um movimento certeiro para atender esses clientes, um bom ponto de partida é fazer uma pesquisa.

Seja quantitativa ou qualitativa, a depender da sua verba e tempo disponível, essa é uma maneira de conhecer a fundo as necessidades, incômodos e desejos dos seus clientes 50+ para com a sua marca.

A partir disso, um plano de marketing e negócios pode ser feito com mais facilidade e assertividade.

2 – Crie identificação

Representatividade importa – em qualquer âmbito – e para atender o público prateado não é diferente. Se você vende implantes totais, faz sentido ter uma atriz famosa na casa dos 30 anos estampando a sua campanha?

Faça campanhas que tenham a cara do público sênior, com imagens de pessoas com as quais eles consigam se reconhecer, com uma linguagem condizente com a sua realidade e gatilhos que façam sentido para atrair esses consumidores.

Vale destacar que esse público tem uma especificidade bem importante: a individualização do comportamento. Eles não compram para fazer parte de um grupo, uma moda ou um hype. Compram por necessidade e/ou desejo e identificação. Então, a forma de comunicar e cativar é bem diferente.

3 – Facilite a jornada de compra

O público 50+ não nasceu em meio à tecnologia. Logo, as compras digitais foram e ainda estão sendo introduzidas no seu dia a dia. No entanto, navegar na internet já é parte da sua realidade, como a comunicação com a família via WhatsApp e o uso de outras redes sociais para acompanhar amigos e familiares e obter informações.

Vale destacar que esses hábitos de navegação estão em pequenas telas. 95% dos usuários 60+ possuem smartphones e 31% passam a conhecer novas marcas nas redes sociais, segundo um estudo da Data8.

Nesse sentido, é preciso um cuidado especial no momento de fazer comunicações voltadas para o público sênior: fontes maiores e cores contrastantes ajudam na leitura feita no celular.

Além disso, a jornada de compra do site deve ser facilitada, com uma linguagem objetiva e possibilidade de fazer a compra em poucos cliques.

Um recurso muito bacana nesse sentido é a compra com um clique. Essa é uma funcionalidade que armazena dados de entrega e método de pagamento, a partir da prévia autorização do consumidor, para que ele consiga fazer a compra em um único clique em pedidos futuros.

4 – Voice commerce e o público 50+

Segundo um estudo holandês, 70% dos idosos entrevistados usam assistentes de voz em casa para realizar tarefas como lembretes de consultas e remédios, compras de supermercado e acender e apagar as luzes.

Por mais que o voice commerce, que é a compra por meio de assistentes de voz, ainda não esteja consolidado no Brasil, essa é uma tendência em ascensão.

A pesquisa por voz nos smartphones, com o Google Assistente e a Siri, já é uma realidade entre o público mais velho, facilitando a busca e a absorção de informações sem a dificuldade das letras pequenas nas telas de celulares.

Então, vale desde já começar a olhar para o e-commerce com o objetivo de implementar o voice commerce para um futuro próximo no Brasil.

Essas são dicas básicas para vender para o público 50+. Outras especificidades e necessidades você vai descobrir coletando feedbacks e fazendo pesquisas para aprimorar o que você entrega para o seu público-alvo.

Vale frisar que o envelhecimento populacional é uma realidade no Brasil e que o público sênior está cada vez mais antenado e chegando a idades mais elevadas com muita energia e vontade de fazer!

Se você quer imergir mais nos desafios, dores e necessidades do público prateado com uma pitada de humor, a série Grace e Frankie pode te ajudar! A história gira em torno de uma amizade improvável entre duas mulheres que estão entrando na terceira idade e que recebem uma notícia bombástica de seus maridos. Elas passam a morar juntas, empreendem juntas e encaram as dificuldades e desejos da terceira idade com muito humor e irreverência.