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Filantropia online: como o comércio eletrônico começa a ajudar o terceiro setor

Por: Redação E-Commerce Brasil

Equipe de jornalismo E-Commerce Brasil

Por Adriana Bello, Diretora de Produtos para a América Latina do PayPal

A movimentação de recursos destinados às doações no Brasil tem tomado um rumo diferente nos últimos anos, tendo a tecnologia um papel importante na construção de um novo modelo de ajuda ao próximo. É nesse contexto que surge o comércio eletrônico como uma das formas mais cômodas e práticas de realizar doações a causas nobres, beneficiando quem é ajudado quanto quem ajuda – fazendo surgir uma população mais engajada não somente aos recursos tecnológicos, mas também ao universo da filantropia

Para oferecer um panorama dessa área no Brasil ainda no cenário offline, o País ainda está abaixo da média em relação às doações realizadas quando comparado a outras localidades. O ChildFund Brasil, uma organização de desenvolvimento social, realizou no ano passado uma pesquisa local que mapeou algumas características sociais e geográficas dos brasileiros no âmbito da filantropia. Segundo o estudo, cerca de 10% da população fazem doações regularmente, ou seja, aproximadamente 17 milhões de brasileiros doam mensalmente. Também foi constatado que a maioria deles se localiza nas regiões Sul e Sudeste do País. O levantamento revelou ainda que o valor médio anual arrecadado no Brasil é de R$ 5,2 bilhões, tendo como a maioria os contribuintes da classe C, com uma média de R$ 25 por doação.

Em contrapartida, segundo a revista The Economist, o País é um dos maiores doadores internacionais para áreas de risco ou financiamento de projetos internacionais, por exemplo, de combate à fome na África. Isso mostra que o problema não é a falta de interesse dos brasileiros em ajudar aqueles que precisam, mas sim a carência de estímulos para que as doações sejam realizadas e que, o mais importante, cheguem até seu destino final.

Assim, fica claro que as organizações precisam estar adaptadas, adotando as melhores maneiras para as contribuições. Um recurso que pode servir para potencializar esse movimento filantrópico são as doações online. A partir de ferramentas do e-commerce, por exemplo, é possível que se realizem transferências rápidas e seguras em diversas moedas. Para os casos de catástrofes ambientais – como os terremotos do Chile ou Japão –, em que a ajuda deve ser quase que simultânea, a doação de recursos a partir da Internet é uma alternativa viável e confiável. Assim, com a facilitação do acesso à Internet, seja por meio de computadores ou equipamentos dispositivos móveis, as transações online se tornam comuns, inclusive para essa finalidade. Ou seja, a rede mundial de computadores mudou não só a forma de as pessoas se comunicarem e buscarem conhecimento nas mais diversas fontes, independentemente da localidade (no seu país ou mundo a fora), mas, principalmente, a maneira como elas compram ou doam.

E-commerce impulsionando a filantropia

O e-commerce é um fenômeno em constante crescimento no Brasil e no mundo. Ele permite que consumidores e vendedores transacionem bens e serviços por meio eletrônico, com mais benefícios, facilidades e segurança e menos barreiras. Esse fenômeno expandiu na última década no Brasil, até mesmo acompanhando o crescimento da Internet no país. A tendência é que ele continue crescendo de maneira mais acelerada, seguindo o aumento da aceitação desse meio de pagamento pela população, principalmente da classe C, em franca ascensão na economia nacional e que já possui equipamentos conectados à rede.

Uma pesquisa realizada pela e-bit sobre hábitos e tendências do e-commerce no Brasil no ano passado, revelou que 81% das pessoas acessam a Internet pela finalidade de realizar compras e 70% sentem-se mais seguros ao realizarem uma aquisição online do que há dois anos. Nessa mesma pesquisa, foi apontado que o número de consumidores na web passou de 23 milhões, em 2010, para mais de 31 milhões em 2011. O faturamento das vendas online no ano passado foi de R$ 18,7 bilhões, apresentando um crescimento de 26% se comparado ao ano anterior. Esse panorama mostra que o consumo por meio da Internet está em intensa expansão, provocando maior demanda por produtos e serviços disponíveis virtualmente.

Por isso, a questão surge: por que não utilizar esse recurso para contribuir com projetos sociais e organizações não governamentais? A possibilidade de doar pela Internet traz a inovação à filantropia, permitindo que milhares de pessoas possam transferir fundos às iniciativas que apoiam pessoas e comunidades carentes, por exemplo. O termo Social Good (“bem social”) pode ser explicado pela utilização desses recursos tecnológicos para apoiar causas e solucionar problemas sociais. Pegando o exemplo dos parceiros do PayPal, já existem renomadas instituições preparadas para essa solução – como a Solidarium e Greenpeace, além da Thinkand Love; esta última reúne mais de 20 ONGs de alta reputação, e o objetivo é agrupar mais de 50 instituições num futuro bem próximo.

Além disso, as mídias colaborativas aliadas aos meios de pagamentos online podem ser um caminho promissor para difundir amplamente as formas de filantropia, ao mesmo tempo em que garantem que os recursos cheguem ao seu destino e que as próprias pessoas fiscalizem a finalidade. Já vimos exemplos de pessoas comuns pedindo doações por meio de redes sociais mais populares no País e, o principal, com aceitação de um alto quórum da população. Por exemplo, alguém que precisa ajudar um parente com uma doença grave e precisa de dinheiro para pagar uma operação ou, então, uma instituição não governamental que está com um projeto de crianças e precisa de fundos. Ou seja, as possibilidades são enormes com o e-commerce aliado às mídias sociais.

Diante desse cenário, as empresas de meios de pagamentos podem potencializar ainda mais esse processo de doações, principalmente por conta da segurança que empregam às transações e informações pessoais dos usuários. Claro que a transferência de moedas é apenas alguma das formas de se ajudar ao próximo. Porém, se passarmos a enxergar a tecnologia como mais um meio a ser usado em prol da sustentabilidade social, será possível engajar cada vez mais pessoas em todo o mundo para as mais diversas causas. E o principal: tendo a certeza de que os recursos chegarão ao seu ponto final, ajudando famílias inteiras, por exemplo.

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Fatos Rápidos brasileiros: filantropia e Internet no Brasil

  • Comércio Eletrônico: 31 milhões de consumidores, em 2011;
  • Quanto o brasileiro doa: total de R$ 5,2 bilhões, em 2011;
  • Usuários de Internet: até o final de 2012, 50% da população devem ter acesso à banda larga;
  • Tempo conectado do brasileiro: 66 horas conectados à web, em média;
  • Adoção de redes sociais: em julho, mais de 40 milhões de brasileiros acessaram as principais mídias colaborativas.

Fonte: e-bit, Ministério das Comunicações, ChildFund Brasil e Ibope Nielsen Online

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