Depois de anunciada a pandemia, detectamos vários efeitos no comércio e no estilo comportamental dos indivíduos, jogando para cima os números do e-commerce. Ele cresceu 81%, em abril, e faturou R$ 9,4 bilhões.
Há o consenso de que o momento acelerou a transformação digital em, no mínimo, 5 anos e o e-commerce é a bola da vez. Quem não está na modalidade perderá mercado para quem apostou antes e durante. Porém, só sobreviverá quem operar bem.
As estatísticas mostram um aumento substancial de novos compradores e na frequência de compra de habituais. Isso significa mais gente comprando e mais pedidos, o que gera um mar de oportunidades onde muitos irão navegar e outros terão problemas.
Para aproveitar essa onda, grande parte dos vendedores entrou de alguma forma no e-commerce. Os comércios de produtos básicos de bairros via WhatsApp; os de moda e não tão básicos pelo Instagram e Facebook; os médios, com plataformas prontas mais robustas e até grátis. Da mesma forma, aconteceu com os marketplaces, que fizeram um excelente trabalho de acolher prontamente os novos lojistas — uma imensidão de novos entrantes na rede.
Vence quem faz a lição de casa
Para muitos comerciantes, a estreia no e-commerce foi feita de forma emergencial e impulsiva. Por isso, escrevi este texto para chamar a atenção para o fato de que, em um ambiente altamente competitivo, só restarão os que entregarem valor ao cliente e tiverem as suas planilhas de custos revisadas. Quem não fizer essa lição de casa poderá quebrar antes de ser esquecido pelo cliente por incompetência.
Vitoriosos serão os que resolverem a equação básica de: chegar ao cliente, vender e entregar com excelência, sem abrir mão da rentabilidade e da saúde financeira.
A cada dia o e-commerce se torna um ambiente mais competitivo. Voltando ao título, esse “mar” está lotado de tempestades e piratas, mas se bem navegado, torna-se prazeroso.
Abaixo, separei 4 pontos fundamentais a serem trabalhados com precisão em uma operação de e-commerce campeã.
Portfólio e preço
Agrupo os dois temas em um único tópico, pois eles estão entrelaçados. Não adianta ter um ótimo produto, se o lojista não consegue negociar um bom preço na compra para refletir em competitividade na venda.
Busque um mix de produtos competitivos, avalie a formação de kits e pesquise sobre itens de cauda longa. Tributos e regimes especiais também devem ser visto nesse tópico, a fim de aumentar a competitividade.
Canal
Em quais canais atuar? Próprio e marketplace? Já escrevi sobre o tema em outro artigo e devemos fazer uma análise, mas a resposta sempre tenderá ao modelo híbrido — atuar em ambos, achar as particularidades de cada um e aproveitar ao máximo. Para ganhar escalabilidade, é necessário ter automação e parceiros especializados, dando visibilidade à gestão de pedidos, estoque, preço e análises da venda, de forma rápida e descomplicada.
Logística
A equação valor de frete vs. tempo de entrega pode ser o fator decisivo para o clique ou o abandono. Por isso, devem ser disponibilizadas opções para oferecer bons preços em função dos prazos (normal e expresso), entrega por moto e clique/retire. Analisar as possibilidades de usar o fullfilment também pode gerar vantagens.
Atendimento
Canais para atendimento de rápido e fácil acesso à loja, pessoas com espírito de venda no pré e com aptidão para solucionar problemas no pós, além de empatia e um belo sorriso. Considere robôs supervisionados por humanos para escalar e ganhar produtividade.
Para finalizar, e-commerce é teste. Sempre teste, compare, analise e, no dia seguinte, repita o ciclo. Boa semana e boas vendas!