Recentemente, em um dos eventos de que participei, tive a oportunidade de palestrar ao lado de Fernando Marino, Gerente de Produtos do CPQD, sobre o conceito de identidade digital descentralizada e quais as aplicações práticas e os benefícios dessa inovação, o que foi muito interessante!
E por aqui, para começar, gostaria de levantar um questionamento: qual diferença de uma identidade digital descentralizada para uma centralizada? A naturalidade.
Diferenças
Hoje, no mundo digital, sempre que vamos efetuar uma compra, é preciso realizar um cadastro. É como se entrássemos no supermercado e tivessémos que passar uma senha para o segurança. Com a descentralização, essa identidade digital deixa de ser do provedor de serviço e passa a ficar no poder da própria pessoa.
No mundo físico, usamos documentos que nos identificam. Agora imagine que, em vez de ter essa carteira física, o cliente utiliza um dispositivo móvel, como o celular. A identidade digital descentralizada é uma credencial armazenada no seu dispositivo que você pode utilizar em qualquer ambiente, como o cadastro em varejo online. É um documento que credencia que você é você mesmo.
Envolvidos
Aqui, existem três principais atores envolvidos na identidade digital descentralizada:
- Emissores: empresas que têm a confiança do mercado e são capazes de emitir as credenciais;
- Carteira: usuários proprietários de credenciais verificáveis armazenadas em uma carteira digital em seu dispositivo;
- Verificadores: empresas que desejam autenticar seus clientes por meio das credenciais verificáveis, como varejistas online.
É importante salientar que o verificador vai ver na Blockchain se esses dados são íntegros e se, de fato, foram emitidos por uma instituição da confiança dele. E, por trás das validações, tem muita criptografia e padronização, muita tecnologia. Isso acontece, pois o emissor gera uma credencial no nome do indivíduo, que aceita. Dessa forma, ela estará presente no dispositivo móvel, mas estará gravada na rede Blockchain.
Segurança
Agora, esse formato é seguro? Um dos principais pontos positivos é que a IDD aumenta a capacidade de privacidade de dados e de segurança. Atualmente, o risco de vazamento de dados é maior, pois esses dados estão em vários ambientes. Na IDD, a segurança é elevada somente pelo modelo de implementação.
Podemos dizer que esse é o sonho da privacidade de dados, porque você tem os dados, eles estão sob sua posse e você tem maior capacidade de controlá-los. Na carteira, você escolhe quais dados quer entregar, não precisa passar informações específicas que possam ser evitadas. No modelo atual, em que dados ficam concentrados em uma mesma base, é quase que como um incentivo a ataques de hackers a essa base. Já quando se distribui na mão das pessoas, o risco é muito menor. Precisaria invadir o celular de alguém para vazar esses dados, é muito mais custoso para o fraudador. E, mesmo que isso aconteça, a pessoa pode indicar que a credencial não responde mais por ela, o que cria um efeito de rede, pois todos os lugares que têm a sua credencial validada podem se defender e invalidá-la após o aviso.