O início do século XX foi marcado pelo fordismo, quando todos poderiam ter um carro da cor que quisessem desde que fosse preto. Passados mais de cem anos, as experiências e o marketing estão frequentemente mais personalizados, e é isso que queremos – e não estamos falando de receber e-mail marketing com o nosso nome.
A personalização do conteúdo hoje é um dos pilares do marketing digital, e isso só ocorre por causa dos dados que são coletados durante a nossa jornada. A partir das informações que espalhamos por aí (cookies, algoritmos, big data), somos expostos a anúncios desse tema quando estamos em outros sites ou aplicativos. Por exemplo, se eu fizer uma busca por ‘entrega de flores’ e na sequência abrir um site de notícias, há uma enorme possibilidade de aparecer um banner para mim de alguma floricultura.
Outro caso são os serviços de streaming. Por mais que existam vários perfis dentro de uma mesma conta, as sugestões de filmes e séries são diferentes para cada um. Você assistiu a um filme de terror. Logo que ele acaba, aparecem mais três sugestões do mesmo gênero para assistir. Se adicionou à lista uma série gastronômica, outras com a temática são sugeridas. Isso não acontece por acaso. Existe toda uma matemática por trás dessas ações para entregar o conteúdo que seja mais relevante para aquele perfil.
Em geral, temos quatro linhas de personalização: segmentação de mercado, baseada na jornada do cliente, direcionada para a persona e individual.
A segmentação de mercado é criada a partir de informações como nacionalidade, região, estado civil, setor, cargo e departamento ou tendências da mídia e do mercado. Normalmente abrange grandes mídias como televisão e rádio. É uma estratégia massificada e quase impessoal.
Quando se personaliza com base na jornada do cliente, a marca consegue fazer parte de várias etapas de compra, incluindo o pré e pós-venda. Nessa fase, percebe-se em qual estágio da compra está o cliente e o quanto falta para que ele faça a compra. Na Internet ela tem força, uma vez que é reforçada por banners, pop-up e anúncios pagos. Reforço que isso acontece pelos dados que deixamos por onde passamos. Nós permitimos que essa informação reflita e refrate em cada um.
As personas em geral são utilizadas em estudos de mercado, análises de redes sociais e pesquisas com consumidores. São uma forma de entender o perfil e criar conteúdo, campanhas e produtos mais adequados ao público e fortalecer o relacionamento dessas pessoas com a marca.
Por fim, a personalização individual é o lugar mais profundo dessa piscina. É o momento em que a experiência de cada consumidor se torna exclusivamente direcionada aos seus interesses. Algoritmos precisos coletam e analisam os dados assim como otimizam a exibição do conteúdo a partir do comportamento e das decisões de cada usuário.
Se formos resgatar do passado, era desagradável quando víamos televisão e éramos expostos a comerciais que não nos interessavam. A passos largos, estamos caminhando em busca de experiências que atendam às nossas demandas da forma mais certeira possível. Para isso, as marcas precisam acompanhar esse movimento do mercado.