Os mercados vêm evoluindo rapidamente. Nos últimos dois anos, essa movimentação ganhou um novo ritmo com a aceleração digital que pautou muitas das decisões tomadas no universo corporativo. A cada segundo, uma nova solução, ferramenta ou plataforma passava a fazer parte da rotina das empresas (cenário que provavelmente se manterá dessa forma pelas próximas décadas).
Tal evolução exige três características extremamente importantes por parte das companhias: resiliência, agilidade e inteligência, principalmente quando falamos sobre o setor de Tecnologia da Informação (TI). Organizações que estão à frente do seu tempo reconhecem a potência do mundo virtual e não estão dispostas a esperar. Ou pelo menos não deveriam. Cada vez mais, elas se preocupam em agir com destreza, investem na capacitação de seus times e buscam desenvolver sistemas colaborativos.
Este último ponto tem ganhado destaque mundo afora. E é aqui que entram as plataformas Low Code. Diversas instituições, em especial as que atuam com vendas online, identificaram no recurso um caminho para otimizar os serviços que oferecem.
Mas, o que esse tipo de tecnologia significa?
Segundo definição da Forrester Research, trata-se de produtos e/ou serviços em nuvem que possibilitam o desenvolvimento de aplicações e softwares sem grandes conhecimentos técnicos em programação. Sendo assim, a construção dessas infraestruturas torna-se viável a qualquer pessoa com um entendimento básico desse universo. Ela será capaz de construir ambientes complexos de um modo mais visual e dinâmico, com recursos do tipo “arrastar e soltar”. Estamos falando aqui de módulos pré-pontos, que podem ser montados e organizados com maior facilidade. Dessa forma, o usuário tem acesso a uma interface preparada para criar telas, gráficos e regras em questão de segundos.
Por conferir praticidade, rapidez e economia (de esforço e de recursos), o mercado de tecnologias focadas no desenvolvimento de “baixo código” está aquecido. Para se ter uma ideia, de acordo com a consultoria Gartner, a previsão é de que este ano tenha tido um salto de 23%. Boa parte desse crescimento se deve ao aumento do uso de soluções virtuais durante a pandemia, sobretudo para atender à alta demanda. Todo esse imediatismo, inclusive, tem pressionado os líderes de TI a fazer entregas em prazos curtíssimos.
Tal exigência, que é latente em diversos setores, ganha um compasso ainda mais acelerado naqueles que dependem de recursos digitais para sobreviver. É o caso dos e-commerces, que pedem atualizações constantes para assegurar uma experiência satisfatória aos consumidores. Durante a crise sanitária, por exemplo, as vendas online evoluíram de modo expressivo. Antes, representavam, em média, 9,2% da receita, e após, entretanto, tal indicador saltou para 21,2%, segundo a pesquisa Sondagem do Comércio, realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Como as plataformas Low Code impactam os e-commerces na prática?
Existem diversas vantagens atreladas ao uso desse tipo de recurso. Um dos principais é a agilidade nas entregas, o que permite cumprir prazos e metas com maior facilidade. O processo de desenvolvimento das aplicações possibilita que as empresas façam alterações constantes, tanto para atender às exigências dos clientes e/ou do mercado quanto para a realização de ações especiais, como lançamentos. Por não exigir habilidades técnicas de codificação, é possível incluir componentes visuais com maior facilidade, utilizando modelos pré-construídos.
Tal processo de criação ocorre em um ambiente virtual, alocado em nuvem, o que possibilita e estimula a colaboração. Ou seja, diferentes membros da mesma equipe conseguem trabalhar nos projetos simultaneamente (e sem a necessidade de estarem no mesmo local). Está aí um aspecto que conta muitos pontos atualmente, uma vez que o hibridismo ganha mais força nas operações.
Além disso, os acessos podem ser feitos a partir de diferentes dispositivos, como tablets e celulares, conferindo dinamismo e mobilidade às atividades. Por fim, o fato de terem APIs abertas, por exemplo, facilita a integração com outras tecnologias.
Low Code ou No Code?
Por meio de um sistema modular pré-definido, as plataformas Low Code possibilitam a criação de softwares ou aplicativos de um modo mais simples, sem exigir conhecimentos técnicos em programação. Mas isso não quer dizer que os códigos não existem. Eles estão ali, mas já foram previamente idealizados/trabalhados por especialistas. Assim, é possível criar aplicações complexas com baixíssimo nível de esforço.
Em contrapartida, as soluções No Code, como o próprio nome já diz, não exigem nenhuma habilidade em programação. No entanto, são mais recomendadas para o desenvolvimento de aplicações mais simplificadas, voltadas à front-end.
Ambas podem ser utilizadas no contexto de e-commerce, sendo que as Low Code asseguram uma entrega mais robusta e promissora. De acordo com a consultoria Gartner, os principais fornecedores de software como serviço (SaaS) oferecem recursos que incorporam tecnologias de desenvolvimento de “baixo código”. Uma vez que a popularidade e a adoção do SaaS crescem comércio adentro, tais plataformas também tendem a ser utilizadas com maior frequência.
É, sem dúvidas, uma forma efetiva de assegurar que as entregas sejam feitas no tempo certo e de acordo com a estratégia omnichannel que foi traçada para cada negócio.