Para o varejo, a Black Friday de 2024 será uma grande oportunidade (se já não está sendo) de mostrar um crescimento expressivo na maturidade do planejamento do e-commerce em relação às vendas da data.
Em 2023, o preparo foi grande e as expectativas também, mas a data não chamou tanta atenção quanto deveria, tanto pelo varejo estar se segurando ao oferecer promoções quanto pelos consumidores não se empolgarem tanto assim com as vantagens oferecidas.
De acordo com Adriano Nasser, diretor de negócios para PMEs do Google Brasil, no entanto, existem motivos para crer que as vendas seguiram um ritmo muito mais otimista em 2024. De acordo com a Conversion, a alta nas vendas deve ser de 9,4% na Black Friday deste ano.
Um outro levantamento, realizado pela pela Cielo em parceria com a Expertise/Opinion Box, mostra que 63% dos lojistas acreditam que venderão mais este ano.
Confira a entrevista completa para entender os impactos da data no varejo:
ECBR: Qual será o diferencial da Black Friday deste ano? Quais fatores vão contribuir para que ela seja melhor do que a do ano passado?
Adriano Nasser: Após fazer leituras de mercado e analisar diferentes cenários, em 2024, o Google acredita que é necessário promover uma renovação da Black Friday no Brasil para que possa atingir todo o seu potencial e continuar gerando interesse do consumidor.
Em 2023, um ano típico para o consumo, com indicadores satisfatórios, com apetite do consumidor em alta, tivemos uma Black Friday atípica, em que o mercado não acompanhou o interesse dos consumidores, culminando assim em resultados menos relevantes. É hora de inovar para aproveitar todo o potencial de conexão com os clientes.
Para esse ano, entendemos que a renovação das estratégias é a chave para o sucesso. Os consumidores continuam cheios de apetite para a temporada de compras, o que abre espaço para as empresas, independente do tamanho ou segmento, proponham uma nova forma de atuar na Black Friday – aproveitando este desejo de consumo dos brasileiros e convertendo-o em resultados de negócios.
As PMEs, dos pequenos lojistas ao mid-market, são especialistas em se reinventar, se renovam todos os dias para superar os desafios. A essência brasileira nos impulsiona a fazer mais com menos. Este ano sugerimos que, por meio da adoção de tecnologias e de um novo mindset, seja possível fazer mais, fazer diferente e fazer melhor.
Para que essas empresas possam superar esses desafios e alcançar as suas metas, a inteligência artificial do Google é um diferencial: seja propondo soluções mais eficientes para anúncios, seja oferecendo insights sobre as jornadas de consumo cada vez mais complexas.
ECBR: Vocês estão apostando em alguma tendência ou segmento de compra que ainda não tenha se destacado nas Black Fridays dos últimos anos? Se sim, por que?
Adriano Nasser: Quando analisamos as intenções de consumo por categorias, percebemos que os brasileiros já sabem o que esperar da Black Friday e seguem desejando as mesmas categorias que no ano passado – com as mais populares sendo eletrônicos (76%), moda (59%), beleza e cuidado pessoal (44%) e produtos para casa (41%).
Mas esse desejo de consumir vai além do varejo. Segundo o estudo que encomendamos à Offerwise em Julho deste ano, a maioria (72%) das pessoas que farão compras na Black Friday desse ano gostariam de ter acesso a ofertas de viagem, além de mais da metade (56%) dos entrevistados afirmar que também gostaria de aproveitar promoções de cursos e 43% apontar interesse em ofertas de medicamentos de vendas sem prescrição, como suplementos e vitaminas.
No Google, já estamos vendo esse crescimento da importância da Black Friday para diversas indústrias para além das tradicionais, com essa temporada de compras sendo muito mais do que um momento para a queima de estoque, podendo também ser um momento de ampliação de ofertas, fidelização e até mesmo lançamentos exclusivos.
ECBR: Existe algum dado do Google que mostre que os consumidores estão mais engajados em 2024 do que estavam em 2023?
Adriano Nasser: Sim. Apenas no primeiro semestre de 2024, as buscas por categorias de produtos tiveram uma alta de 13%, em comparação com o mesmo período de 2023. Além disso, a maior parte (62%) dos consumidores brasileiros pretendem aproveitar a Black Friday deste ano – de acordo com a pesquisa que encomendamos à Offerwise em julho de 2024.
Outro dado bacana revelado pelo estudo aponta que, em meio a um cenário macroeconômico positivo, com o desemprego e a taxa de juros em queda, este ano os brasileiros declaram estar otimistas com relação às finanças: a maioria (67%) também acredita que sua capacidade financeira para fazer compras vai melhorar ou ficar igual até o final do ano.
ECBR: E do ponto de vista dos lojistas do comércio eletrônico, algo mostra que eles estejam mais bem preparados para as promoções e vantagens para a Black Friday de 2024?
Adriano Nasser: Hoje a fronteira entre estar online e comprar está cada vez menos delineada. Existe até um termo para isso, chamado “browsing shopping”, que é aquele famoso “só estou dando uma olhadinha” que os consumidores fazem o tempo todo enquanto navegam no digital. Por isso, em nosso trabalho de consultoria com os varejistas, falamos sobre o conceito de full journey (ou jornada completa), que significa olhar para as jornadas de forma única.
Para construir uma estratégia full journey inteligente,é preciso ampliar a visão de captura e geração de demanda. As marcas precisam se posicionar em todos os momentos dessa jornada de compra, pois cada interação importa e pode mudar completamente o caminho da jornada.
Mas as marcas não podem mais gerenciar os milhões de sinais e pontos de contato manualmente. Para isso, a IA do Google é a solução que ajuda a dar conta de toda a complexidade e imprevisibilidade das jornadas.
ECBR: Durante a pandemia, vimos alguns segmentos que não eram tão relevantes online se destacarem. Há motivos para crer que veremos novas categorias de compra ganharem destaque nas vendas promocionais deste fim de ano?
Adriano Nasser: Temos acompanhado a crescente adoção da Black Friday por outras indústrias, que pegam carona no calendário para oferecer produtos e serviços em um momento em que o consumidor já está engajado nas compras. Em 2024, apostamos que esse movimento vai se consolidar. E não estamos falando de participar de qualquer forma. Há uma oportunidade de trabalhar a experimentação: é possível lançar produtos durante a Black Friday, trabalhar fidelização ou estratégias para gerar carrinhos mais valiosos.
Hoje, a Black Friday se tornou um fenômeno que transcende as fronteiras do tradicional varejo, envolvendo as mais diversas indústrias – desde as tradicionais varejistas, até os setores de educação, turismo, saúde etc. Então entendemos que é um movimento natural que marcas de segmentos “não tradicionais da Black Friday” trabalhem cada vez mais estratégias para capturar a atenção dos brasileiros e converter estes momentos em resultados, e a IA do Google é uma grande aliada nesse desafio.
ECBR: Por fim, se puderem dar alguma dica para quem ainda não começou a se preparar, qual seria? Ainda dá tempo de elaborar alguma estratégia?
Adriano Nasser: Com certeza. Temos uma série de dicas para que as empresas aproveitem o desejo de consumo dos brasileiros nessa época do ano, mas a principal delas é: use a tecnologia a seu favor!
O desenvolvimento da tecnologia permite que, hoje, lojistas de todos os portes – desde os pequenos até os grandes varejistas – possam contar com a ajuda da inteligência artificial para se conectar com o consumidor certo, no momento certo. Nos últimos anos, o Google vem desenvolvendo uma série de recursos para oferecer aos anunciantes uma experiência de publicidade totalmente automatizada, por meio do Google Ads.
O mais recente deles é o Performance Max, que unifica o acesso ao inventário do Google em suas diversas plataformas, como o YouTube, a Rede de Display, a Busca, o Discover, a aba de compras do Gmail e o Google Maps. Ou seja, você cria uma única campanha, e ela poderá ser distribuída automaticamente para todos esses canais, permitindo dedicar seu tempo e investimento para assuntos mais importantes e estratégicos, enquanto o Google vai atrás do cliente por você.
Além disso, a ferramenta permite acompanhar esse consumidor em toda a sua jornada de compra. Hoje, isso é possível somente com a ajuda da tecnologia, em uma realidade na qual a maior parte dos consumidores costumam acessar vários canais antes de decidir o que vão comprar.