Com movimentações que ultrapassam os US$ 42 milhões por ano, com expectativa de chegar a US$ 416 milhões até 2029, não é difícil afirmar que as dark stores são parte essencial do delivery nas entregas ultrarrápidas e podem guiar o futuro do varejo com sua agilidade e eficiência, mudando completamente a experiência do consumidor.
As dark stores surgiram da necessidade de atender à demanda dos consumidores por entregas mais rápidas. Elas são centros de distribuição localizados em áreas urbanas, onde os pedidos são preparados e entregues em um curto espaço de tempo. Hoje, a maioria das pessoas que compram alimentos online o faz por conveniência, não por preço, e as dark stores são essenciais para atender a essa demanda.
As dark stores podem usar tecnologia para melhorar a experiência de compra dos consumidores. Elas podem permitir que os varejistas automatizem a operação das suas lojas online, ao oferecer ferramentas de busca rápidas, categorias de produtos claras, promoções personalizadas e com base em um inventário atualizado em tempo real. Além disso, elas otimizam a experiência do cliente, informando o status do pedido em tempo real e garantindo a entrega no prazo por também estarem comprometidas em entregar em raio de distância bem delimitado.
A evolução desde a criação
Inicialmente, o e-commerce se dedicou a produtos grandes ou a pedidos em grandes quantidades com tempo de entrega entre um e cinco dias. Esses pedidos eram preparados e despachados desde os centros de distribuição, que geralmente ficavam em regiões afastadas dos bairros com grande densidade populacional. Porém, à medida que o consumidor passou a exigir entregas mais rápidas, os pedidos passaram a ser despachados das próprias lojas físicas, com o mesmo estoque das gôndolas ou do depósito local. Foi assim que as dark stores evoluíram ao longo dos anos.
Em sua última fase desse desenvolvimento, consolidou-se como esse modelo de microcentros de distribuição localizados nos bairros com maior densidade populacional, permitindo entregas em menos de 30 minutos. Hoje, elas já podem ser de três tipos: grey stores ou side stores, quando pontos de vendas físicas possuem uma sessão reservada para produtos comercializados por canais digitais; dark stores padrão, centros de preparação de pedidos fechados ao público, cujo principal objetivo é a redução de custos da operação; ou dark stores urbanos, que são microcentros de preparação também fechados ao público, mas com propósito principal de possibilitar entregas ultraexpressas. O primeiro modelo é o preferido dos varejistas que buscam iniciar a implementação de uma operação de e-commerce mais consistente e capaz de fidelizar clientes.
Aceitação e influência no mercado
Como consequência da modernização, o modelo chama a atenção dos varejistas. Hoje, os setores que mais têm adotado esse modelo são o de alimentos e bebidas: supermercados, distribuidoras de bebidas e restaurantes (com as dark kitchens). Encontramos também o modelo nos setores de roupas e itens domésticos.
O crescimento das dark stores é uma realidade, e isso se dá pela capacidade que esse modelo tem de atender à demanda de ultraconveniência do consumidor. Segundo relatório da Euromonitor de 2022, o volume de pedidos despachados desde dark stores em 2021 era de 9%, sendo que a expectativa é de que, até 2025, esse número chegue a 24%.
Dessa forma, o varejista que não adaptar seu negócio e sua operação para também atender o consumidor que busca entregas mais rápidas e assertivas, perderá o cliente para a concorrência que oferecer essa comodidade. O supermercadista, por exemplo, precisa rever sua eficiência operacional desde a separação do pedido até a entrega, bem como a experiência do consumidor nos canais digitais – loja online, aplicativo, marketplaces etc.
A principal contribuição do modelo de dark stores de sucesso para a transformação digital é a capacidade de orquestração das operações de e-commerce e última milha da forma mais eficiente e rentável possível. O varejista que lança uma loja online e despacha a partir de dark stores, sejam elas no modelo grey, urbano ou padrão, tem o inventário bem sincronizado, tecnologias que favorecem a separação rápida de produtos, roteamento eficaz de entregas, monitoramento de dados e comunicação facilitada com os clientes finais. É como se a operação do e-commerce a partir de dark stores fosse o nível mais elevado da organização de todos os processos de e-commerce e última milha.
O futuro do marketplace será guiado pela agilidade. O surgimento e a evolução das dark stores é um exemplo disso, já que foram feitas para suprir essa necessidade do mercado em um futuro que demanda por aplicações tecnológicas em todos os processos da jornada de compra. Automação e robotização, hiperpersonalização, orquestração das operações e expansão geográfica farão parte da identidade de um e-commerce de sucesso, e o varejista que estiver pronto para acompanhar esse ritmo terá cada vez mais sucesso.