O crescimento do e-commerce nos últimos anos é, inegavelmente, impulsionado pela digitalização e a demanda por conveniência. Como resultado, a segurança cibernética se tornou um tema crítico para os serviços financeiros. À medida que transações online aumentam, a proteção contra fraudes e ataques cibernéticos ganha relevância. A indústria financeira está entre os setores mais visados por cibercriminosos, devido ao grande volume de dados confidenciais e transações financeiras envolvidas.
Os serviços financeiros de e-commerce têm enfrentado desafios cada vez mais complexos, e a segurança cibernética está no topo da lista. Uma pesquisa recente da McKinsey revelou que 88% dos executivos bancários consideram a cibersegurança a maior preocupação estratégica para os próximos anos, com previsão de aumento nos gastos com segurança em até 40%.
No e-commerce, essa preocupação é ainda mais crítica, pois ataques não apenas resultam em prejuízos financeiros, mas afetam diretamente a confiança do consumidor na marca. E esse tema é importante, especialmente em épocas sazonais, em que as vendas aumentam, como na Black Friday que vem aí.
Ataques cibernéticos e o impacto no e-commerce
As fraudes eletrônicas continuam sendo uma grande preocupação para lojistas e prestadores de serviços financeiros. O volume de transações digitais aumenta constantemente, o que atrai cibercriminosos cada vez mais sofisticados.
Relatório da “The Future of Commerce” aponta que ataques de phishing, ransomware e violações de dados são os principais desafios. No Brasil, um dos maiores mercados de e-commerce da América Latina, os ataques de phishing dispararam 225% em 2023, colocando tanto consumidores quanto empresas em risco.
Além disso, com o surgimento de novas tecnologias, como pagamentos por meio de QR codes e carteiras digitais, surgem novas vulnerabilidades. A implementação de soluções como o Pix trouxe uma nova camada de conveniência para os consumidores brasileiros, mas também abriu portas para novos tipos de golpes, como o “Pix agendado falso” e fraudes por links maliciosos.
Regulações e conformidade como pilares da segurança
No Brasil, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e o Código de Defesa do Consumidor impõem regulamentações rígidas para o uso e armazenamento de dados sensíveis. Para serviços financeiros, a conformidade com essas regulamentações é um fator crítico para garantir a proteção dos dados dos clientes.
A adesão a padrões de segurança, como o PCI DSS (Payment Card Industry Data Security Standard), também é essencial para a prevenção de fraudes e o cumprimento de regras de segurança no processamento de transações com cartões de crédito.
As fintechs e os provedores de serviços de pagamento, em particular, precisam garantir que suas plataformas sejam seguras desde o ponto de autenticação até a finalização do pagamento. Isso inclui o uso de autenticação multifator (MFA), criptografia de ponta a ponta e monitoramento contínuo de anomalias nas transações.
A resposta tecnológica à ameaça crescente
A adoção de tecnologias avançadas como inteligência artificial (IA) e machine learning tem sido fundamental para melhorar a detecção de fraudes em tempo real. Soluções de IA são capazes de analisar grandes volumes de dados em segundos e identificar padrões suspeitos, bloqueando transações fraudulentas antes que sejam concluídas. Segundo dados da Accenture, a aplicação de IA na segurança cibernética pode reduzir em até 30% os custos com fraudes.
Os bancos e as plataformas de e-commerce também estão investindo em blockchain como uma alternativa para aumentar a segurança das transações. Ao criar registros descentralizados e imutáveis, o blockchain pode reduzir significativamente o risco de manipulação de dados e fraudes.
O caminho para uma experiência de pagamento segura
A experiência do cliente continua sendo um fator decisivo para o sucesso no e-commerce, mas garantir essa experiência com segurança é um desafio crescente. Consumidores esperam processos de checkout rápidos, intuitivos e, sobretudo, seguros. Isso exige que os serviços financeiros ofereçam soluções que equilibrem conveniência e proteção.
Em resposta a essa demanda, muitas empresas estão implementando sistemas de pagamento sem redirecionamento, que permitem que o consumidor finalize suas compras sem sair da página de checkout, aumentando a segurança e reduzindo o abandono de carrinho.
Iniciadores de pagamento também estão ganhando destaque como uma solução que facilita pagamentos diretos entre contas, oferecendo uma camada adicional de segurança e conveniência.
O futuro do e-commerce depende, em maioria, da capacidade dos serviços financeiros de se adaptar às novas ameaças cibernéticas. À medida que o ambiente digital se expande, a segurança cibernética deve ser uma prioridade estratégica para todos os players do mercado.
Por isso, investir em tecnologia de proteção, aderir a regulamentações e oferecer uma experiência segura e fluida para o consumidor são passos importantes e necessários para garantir o sucesso em um setor cada vez mais competitivo e suscetível a esse tipo de ataques.