Implantar uma loja virtual ou um aplicativo de vendas é uma tarefa que exige planejamento, muito suor e uma boa dose de persistência combinada com resiliência. Como em qualquer negócio, os resultados não acontecem da noite para o dia.
Não é diferente no comércio digital. Nos primórdios da internet comercial, lá pela metade dos anos 1990, havia uma ideia – equivocada – de que bastava registrar um domínio, comprar um estoque inicial, colocar a loja virtual no ar e esperar tranquilamente os pedidos chegarem. Aliás, foi esse pensamento que originou a chamada “bolha da internet” no final daquela década. Empresas online que já nasciam valendo fortunas no mercado, mas que depois não deram em nada, deixando um rastro de prejuízos e muitas pessoas sem emprego.
A lição daqueles tempos é que para se estabelecer na internet com negócios rentáveis é tão ou mais trabalhoso do que no mundo físico. Não seria diferente no e-commerce. Itens como planejamento, estabelecimento de metas, monitoramento e gestão permanente em todas as áreas da empresa são vitais para o sucesso.
Mortalidade e visibilidade das lojas virtuais
Contudo, mesmo seguindo essas premissas, a taxa de “mortalidade precoce” de lojas virtuais não é pequena. Os motivos são os mais variados: concorrência acirrada, recursos escassos, falta de tempo para adquirir conhecimentos e vários outros. Porém, há um motivo que contribui muito para o insucesso de operações de e-commerce: a pouca visibilidade nos sites de busca.
Que lojista virtual não gostaria de ver os endereços das páginas de seu e-commerce nos primeiros resultados orgânicos (os resultados que não são anúncios patrocinados) do Google, em uma pesquisa do nome de um produto que ele vende? Além de afagar o ego do lojista, essa condição leva muito mais visitas à loja virtual e, assim, obtém mais chance de vendas.
Conforme levantamento feito no final de 2021 pela agência de publicidade online SEO Hedgehog Digital, em parceria com a empresa de pesquisas Opinion Box, 93% dos brasileiros pesquisam no Google sobre os produtos que pretendem comprar. Seja para ver informações gerais, preços ou saber quem os vendem. É o primeiro passo da jornada de compra.
Outra estatística, esta da empresa Sherlock Communications, também de 2021, informa que 45% dos internautas não vão além da primeira página de resultados da pesquisa no Google e apenas 18% seguem até a terceira página. Além da quarta página, apenas 7%. Por isso a importância de estar bem colocado nos resultados orgânicos de pesquisa. Quase nada adianta aparecer apenas da quinta página em diante.
Aqui entra o SEO
Mas como obter essas boas colocações na loja virtual sem pagar por isso? A chave para isso se chama SEO, sigla em inglês para Search Engine Optimization, em português, Otimização para Sites de Busca. E, independentemente do tamanho da loja virtual, o trabalho de SEO no e-commerce é essencial para obter mais visitas e vendas.
Basicamente, o SEO consiste em uma série de técnicas e ações que visam a melhorar o ranqueamento das páginas de um site nos resultados de buscas do Google e outros buscadores, como Bing e Yahoo!. Ou seja, é possível os links das páginas do site serem exibidos nas primeiras posições dos resultados orgânicos nesses buscadores. Não precisa pagar para estar ali.
Importante lembrar que o Google usa mais de 200 fatores para decidir a ordem dos resultados de pesquisa. Embora a empresa não abra 100% como esses fatores funcionam, é possível entender quais as melhores ações e técnicas para estar bem posicionado nas pesquisas do buscador. Vejamos as principais.
Palavras-chave
Na prática, o lojista precisa saber quais termos os seus consumidores usam ao pesquisarem por seus produtos e a sua loja virtual no Google. Lembrando que esses termos podem ser desde uma simples palavra até uma frase completa. Com isso, deve inserir essas palavras nas descrições de produtos, nomes de arquivos de fotos e URLs das páginas. Mas isso deve ser feito com parcimônia, pois o algoritmo do Google percebe quando se “força a barra” e pune o site, rebaixando sua posição ao invés de melhorá-la.
Títulos das páginas
Todas as páginas da loja devem ter bons títulos. Se possível, conter as palavras-chave. Também deve ter entre sessenta e setenta caracteres, a quantidade que o Google exibe.
Organizar as heading tags
As páginas de um website normalmente têm títulos e subtítulos. As heading tags são códigos na linguagem HTML (usadas para a construção das páginas) chamadas de H1, H2, H3 até H6, em uma hierarquia de conteúdo. Se estiverem bem organizadas em cada página, o algoritmo do Google vai indexar melhor, e isso ajuda a obter melhores posições.
Meta description
Na construção HTML da página, existe essa marcação (tag) na qual se deve fazer uma descrição daquela página. É aquele texto que é exibido abaixo da descrição azul nos resultados de busca. É importante que tenha no máximo 160 caracteres. Embora não influencie para melhorar o ranqueamento da página, pode fazer o contrário. Ou seja, se essa descrição for ruim, haverá poucos cliques, e o algoritmo do Google entende que é uma página irrelevante e aos poucos vai diminuindo seu ranking.
Imagens otimizadas
É importante que os arquivos das imagens da loja tenham uma tag <alt> para exibir um texto descritivo, caso a imagem não seja exibida. O nome do arquivo da foto também deve conter a palavra-chave do produto.
URLs amigáveis
É o endereço de cada página. Deve ser compreensível para quem o lê. Por exemplo, em vez de http://www.minhaloja.com.br/dept00035abc/prd07555-waxj. html, deve ser algo como http://www.minhaloja.com.br/departamentos/calcados/masculino/sapato-social-de-couro.html.
Boas descrições de produtos
Na internet, conteúdo é o que vende. Portanto, boas descrições dos produtos são fundamentais. Devem ter todas as informações importantes para que um potencial comprador sinta-se seguro para a compra. Além disso, evitar a cópia de descrições de outras lojas, pois o algoritmo do Google detecta quando se faz isso e pune a loja que copiou, rebaixando a posição da página.
Há ainda outras técnicas de SEO importantes, mas as apresentadas acima são as principais. Portanto, se não implementou essas ações em seu e-commerce, comece hoje mesmo e os resultados tendem a melhorar. E as vendas devem começar a aumentar.
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