A pandemia quebrou alguns paradigmas e acelerou processos digitais no que tange o relacionamento entre consumidor e varejistas. Afinal, as pessoas estão cada vez mais conectadas, realizando pesquisas e comprando pela internet. Os hábitos de consumo dos brasileiros mudaram drasticamente no último ano e as lojas físicas passaram a ser ponto de apoio para o e-commerce.
O fato é que os consumidores têm buscado cada vez mais praticidade, comodidade, variedade de ofertas e segurança. E, por conta disso, estão migrando cada vez mais para o ambiente digital. De acordo com uma pesquisa da Freshworks (empresa americana de software de relacionamento para clientes e funcionários), 70% dos brasileiros trocaram as compras presenciais pela online.
Sendo assim, as marcas que conseguiram entender rapidamente esta nova relação com o consumidor evoluíram seus modelos de negócios. Neste caso, objetivaram a maior geração de valor para seus clientes e, consequentemente, maiores resultados. Um exemplo disso é a Magazine Luiza, que nos primeiros três meses deste ano registrou alta de 63% nas vendas totais. A empresa teve crescimento de 114% no e-commerce e evolução de 4% na receita das lojas físicas. Apenas para ter uma ideia, o lucro no período alcançou R$ 259 milhões.
Crescimento também no varejo automotivo
Esse mesmo cenário de crescimento e aposta no ambiente digital se repete no varejo automotivo. Basicamente, as concessionárias, revendas e montadoras tiveram que acelerar a digitalização dos seus canais de comunicação, relacionamento, avaliação, financiamento, pagamento, envio, além do recebimento de veículos e serviços.
O que antes era postergado, negligenciado e desacredito por alguns destes players no Brasil, passou a ser a melhor forma (e às vezes a única) de se fazer negócios. É o que chamamos de plataformização do modelo de negócios. Ou seja, os vendedores de veículos estão deixando de ser empresas varejistas e se tornando plataformas de comércio eletrônico. Neste caso, a fim de oferecer mais comodidade aos seus clientes e aumentar o leque de possibilidades.
Grupos de Concessionárias como o Grupo Via1, PG Prime, Osten e Euromotors encontraram na crise oportunidades para expandir seus negócios vendendo veículos de forma 100% online. Para tanto, utilizaram um time especializado de vendedores e showrooms digitais, que entregam uma experiência de compra diferenciada ao consumidor.
Tecnologia a favor do varejo automotivo
Estamos frente a frente com o futuro do varejo automotivo, onde veículos podem ser vendidos 100% online como se fossem smartphones. Acredito que concessionárias, revendas e montadoras continuarão a existir. Entretanto, serão empresas mais próximas de uma Amazon, Alibaba ou Magalu do que as tradicionais lojas varejistas que ainda podemos ver por aí. Veja só como enxergamos o futuro por meio dessa tríade: de um lado, montadoras produzem veículos cada vez mais modernos e seguros; do outro, concessionárias comercializam estes produtos por meio de lojas virtuais (e-commerce) e prestam serviços ao consumidor. E, por fim, empresas especializadas que oferecem tecnologia de ponta para tudo isso poder acontecer.
Veja algumas das principais tecnologias que o varejo automotivo precisará dominar nos próximos meses de 2021:
- criação de lojas virtuais;
- sistemas de gestão de pedidos;
- marketplaces de caminhões pranchas e cegonhas para car delivery;
- gateways de pagamento;
- Pix;
- dashboards de analytics;
- e sistemas de simulação e contratação de financiamento.
No entanto, tecnologia por si só não é o bastante. Com o avanço e estruturação da virtualização do modelo de negócios, um novo tipo de profissional será necessário — os analistas e gestores de e-commerces veiculares. Serão estes os profissionais do futuro próximo capazes de operar todas essas tecnologias, objetivando entregar uma experiência de compra incrível aos compradores de veículos.
A utilização de recursos digitais é indispensável para qualquer empresa e negócio hoje. Afinal, não há como você se dizer empresário sem digitalizar a sua operação. É uma questão de sobrevivência e competitividade. Ser digital deixou de ser um diferencial, agora é o normal.