Para Letícia Alves, Especialista de Marketplace da Grendene, “a gestão de estoque é o coração e alma do negócio” na hora de estruturar a escolha de canais do e-commerce. Alves palestrou durante o Marketplace Conference 2022 e explicou quais são os pontos que devem ser levados em consideração ao equilibrar estoque com novos canais.

A reflexão da executiva ao aprender a posicionar os produtos é entender onde está o consumidor e o que faz mais sentido para ele no momento da compra. Para isso, ela cita os cinco principais pilares da gestão de estoque:
1 – Evitar desperdícios de produtos;
2 – Controle de itens disponíveis e itens com necessidade de reposição;
3 – Conhecimento da capacidade de estocagem para armazenamento;
4 – Conhecer o tempo de disponibilização de produtos para entrega;
5 – Acompanhamento dos pedidos, evitando atrasos de fornecedores.
Estoque em múltiplos canais
Na aula que foi sua palestra durante o evento, Alves explicou que existem 3 tipos de estoque principais que podem ajudar os lojista a priorizarem suas operações de acordo com o que faz mais sentido para a sua operação;
Além disso, ela cita outros dois modelos muito relevantes para o mercado: o terceirizado, baseado no dropshipping e/ou crossdocking; e o descentralizado, com CD’s em diversas regiões (a empresa também usa este modelo para a Região Norte e Nordeste).
Gestão de produtos pela curva ABC
“Se não conhecemos muito da curva ABC, capotamos na gestão do negócio”, começou a executiva a abordar esse tópico. “Se você não sabe quais são os produtos que formam 80% do seu faturamento, há algo de errado com o seu negócio”.
Dessa maneira, essa tarefa deve ser do próprio seller, que pode identificar quais estratégias fazem mais sentido de acordo com a curva ABC, que é única de cada negócio.
Divisão do catálogo de produtos
Isso ajuda o lojista a diferenciar suas ações promocionais e também estipular preços diferenciados em cada ponto da curva de produtos. Para Letícia, “é importante saber diferenciar para cada canal que tipo de curva você quer posicionado no marketplace”.
Ciclo de pedidos
O critério é: se o pedido via boleto não for computado como aprovado, a trava de estoque é maior; se incluir pedidos via boleto mesmo antes da aprovação do pagamento, a trava é menor.
“Pode ser que o estoque da loja seja só para o e-commerce e no outro ponto só para o marketplace, pois no ambiente digital é essencial ter um inventário constante, para não depender de um ERP, que melhor que seja pode ter falhas ocasionais”, explica a palestrante.
Apoio na gestão do estoque
Para os pequenos lojistas, que ainda dependem das planilhas de excel, é muito mais difícil conciliar as vendas com as saídas dos produtos. Neste caso, segue-se o passo a passo:
1 – Elaborar uma planilha unificada de todos os canais para a análise diária, com alertas de saída e entrada de produtos;
2 – Cruzar as informações com o que consta no seller center do canal e definir posição dos produtos de acordo com a curva de vendas.
Mesmo com uma integradora, ela recomenda que a monitoria das vendas seja realizada diariamente, pois pequenas divergências podem significar um grande prejuízo para os lojistas no fim do mês. Além disso, se feito com antecedência, o trabalho preventivo ajudará a prevenir um trabalho muito maior de correção no futuro.
“Nem sempre é fácil fazer a análise de quem não precisa estar em 15 canais, de que 5 bem estruturados podem trazer um melhor resultado”, argumenta a especialista.
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