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Bancos digitais: cartões de crédito respondem por 41% das compras online com cartão no Brasil, revela EBANX

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Por: Lucas Kina

Jornalista e produtor de Podcasts no E-Commerce Brasil

Enquanto métodos alternativos de pagamento, como o Pix, têm ganhado força em países emergentes, bancos digitais e fintechs têm impulsionado o uso de cartões de crédito nessas regiões. De acordo com dados do EBANX, essas instituições já representam 41% do valor total transacionado por meio de cartões de crédito no comércio eletrônico no Brasil.

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(Imagem: Envato)

A tendência também vem ganhando força em outros mercados da América Latina, principalmente na Colômbia (21%) e na Argentina (19%), onde a expansão de bancos digitais e a atividade intensa de fintechs estão impulsionando a emissão de cartões.

De acordo com João Del Valle, CEO e cofundador do EBANX, o cenário indica que a adoção rápida e massiva de meios de pagamento alternativos pelos consumidores em países emergentes também está influenciando a indústria de cartões de crédito nessas regiões.

“Carteiras digitais e outros tipos de pagamentos em tempo real, como o Pix, no Brasil, e a PSE, na Colômbia, elevaram o nível da indústria e impulsionaram a inovação em todos os segmentos, incluindo cartões de crédito. Essas soluções digitais incentivaram os métodos de pagamento tradicionais a evoluir e se adaptar para atender às expectativas atuais dos consumidores”, afirma.

As principais contribuições de fintechs e neobancos para o mercado de cartões de crédito incluem plataformas fáceis de usar, programas de recompensas e melhorias na experiência do usuário que redefiniram a maneira como os consumidores pagam com cartão. Como resultado, essas instituições agora têm praticamente o mesmo alcance que os principais bancos tradicionais em mercados emergentes.

Mercado tupiniquim

No Brasil, o maior mercado da América Latina, a base de clientes das fintechs e bancos digitais saltou de 25 milhões para 100 milhões em três anos, segundo o Banco Central. Quatro em cada 10 dessas pessoas têm cartões de crédito, um grupo que triplicou de tamanho desde 2019, liderado justamente por players digitais.

Um efeito dessa tendência é o crescimento no uso de cartões de crédito no comércio eletrônico em mercados emergentes: espera-se que seu uso aumente 13% ao ano até 2027, de acordo com a nova edição da Beyond Borders, pesquisa anual do EBANX sobre o mercado digital e as tendências de pagamento em economias em ascensão.

Futuro dos cartões de crédito

Os bancos tradicionais seguiram os passos das instituições digitais e também estão investindo em inovações para aperfeiçoar ainda mais a experiência de compra online em economias emergentes. Quem ganha com isso são os consumidores, que têm acesso a checkouts mais simples e seguros, como a tecnologia Click to Pay, por exemplo, que reduz o número de cliques necessários para concluir uma compra, melhorando a conveniência e eficiência no comércio digital.

A tokenização de rede é outro exemplo de inovação que surgiu nos últimos anos. Em testes realizados pelo EBANX no Brasil, os tokens de rede diminuíram em mais de 86% o número de transações recusadas devido a problemas de segurança dos cartões.

A adoção da tokenização de rede levou ainda a um aumento de até 7 pontos percentuais nas taxas gerais de aprovação para empresas de varejo online, e até 5 pontos percentuais para empresas que trabalham com modelos de assinatura.

Na opinião de Del Valle, o cenário dinâmico de pagamentos permite que não existe, de fato, uma “concorrência” entre métodos de pagamento. Seja Pix, carteira digital ou cartões, há espaço para uma sinergia entre eles.

“Trata-se de oferecer mais oportunidades e criar um ecossistema onde diferentes soluções de pagamento possam coexistir e se complementar, proporcionando aos consumidores mais escolhas e melhores experiências em suas transações digitais”.

Cartões de débito em mercados emergentes

De acordo com dados da Payments and Commerce Market Intelligence (PCMI), os cartões de crédito representam aproximadamente 80% das compras online em economias emergentes. Apesar da forte presença, eles não são os únicos a impulsionarem o comércio eletrônico nessas regiões.

Dados da Beyond Borders mostram que os cartões de débito tornaram-se uma importante via para atrair novos clientes online em países como Peru, México e África do Sul. Especialmente em mercados onde o acesso ao crédito é mais restrito, a inclusão financeira impulsionou o uso de débito, já que este tipo de cartão está vinculado a contas correntes. Isso trouxe novos consumidores para o e-commerce.

Regionalismo

O Peru exemplifica esse movimento. Por lá, 60% das pessoas que compram online pela primeira vez usam cartões de débito, segundo dados internos do EBANX. No México, esse número chega a 55%. Não por coincidência, nesses dois países, os cartões de débito representam uma parcela maior do volume de transações online, em comparação com o crédito: 49% contra 27% no Peru, e 38% contra 31% no México.

“No entanto, vale ressaltar que essa participação provavelmente diminuirá em algumas economias-chave de mercados emergentes, como Brasil e Colômbia, à medida que os métodos de pagamento alternativos amadurecem nesses países”, explica Del Valle.

No Brasil, onde o Pix detém 40% do volume de vendas online, os cartões de débito representam apenas 1% do valor de transações do comércio digital.

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