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BYD deve iniciar montagem de veículos elétricos no Brasil ainda em julho

Por: Amanda Lucio

Jornalista e Repórter do E-Commerce Brasil

A fabricante chinesa de carros elétricos BYD está prestes a iniciar a montagem de veículos em sua nova fábrica no Brasil, localizada na Bahia. A produção, que deve começar ainda este mês, será feita a partir de kits importados (CKD), com previsão de alcançar 50 mil unidades até o fim de 2025. A informação foi confirmada por Alexandre Baldy, vice-presidente sênior da empresa no país.

Foto da linha de produção de automóveis. Soldagem da carroceria do carro. Fábrica de montagem de automóveis moderna. Indústria automobilística. Interior de uma fábrica de alta tecnologia.
(Imagem: Envato)

A medida pretende reduzir a dependência de importações, em um momento em que o Brasil retoma gradualmente a taxação de carros elétricos. “O que tínhamos para este ano já foi importado para que a gente pudesse aproveitar (o momento), antes do aumento do imposto de importação que aconteceu no dia 1º de julho”, afirmou Baldy, sem cravar uma data para o início da operação, já que a aprovação regulatória ainda está em andamento.

Nos cinco primeiros meses do ano, a BYD enviou aproximadamente 22 mil veículos da China para o Brasil, aproveitando as tarifas ainda reduzidas. A estratégia gerou críticas no setor automotivo nacional, que vê na prática um favorecimento da produção chinesa em detrimento do parque fabril local.

Produção completa só em 2026

Apesar de a Secretaria de Trabalho da Bahia ter projetado a operação plena da fábrica apenas para o fim de 2026, a BYD prevê iniciar a produção completa de veículos em julho do mesmo ano. Até lá, os carros serão montados a partir de kits.

A planta da BYD em Camaçari foi instalada no antigo complexo da Ford e, segundo a empresa, poderá gerar até 20 mil empregos diretos e indiretos quando estiver totalmente operando.

Denúncias trabalhistas

As expectativas com o projeto foram abaladas por denúncias trabalhistas envolvendo empreiteiras chinesas responsáveis pela construção da fábrica. Em dezembro, o Ministério Público do Trabalho apresentou acusações de trabalho análogo à escravidão e tráfico de pessoas.

Em maio, o MPT entrou com uma ação judicial contra a BYD e as empresas terceirizadas, após o fracasso de tentativas de acordo. “Nós sempre buscamos respeitar a lei brasileira, a dignidade humana”, disse Baldy, sem detalhar os motivos que inviabilizaram uma conciliação.