No recorte mais recente dos impactos do ‘tarifaço’ instituído por Donald Trump, presidente dos EUA, um imbróglio contou com envolvimento da Amazon. De acordo com afirmação da varejista ao Washington Post e veiculada em toda mídia norte-americana, o impacto das tarifas seria exibido nos preços dos produtos da Amazon Haul, sua plataforma de baixo custo. Antes de acontecer na prática, contudo, a gigante voltou atrás, mas deixou um clima tenso com a Casa Branca.

Mesmo negando que a esta ação seria implementada em sua plataforma principal, o governo Trump reagiu. Em coletiva de imprensa nesta semana, Karoline Leavitt, secretária de imprensa da Casa Branca, afirmou que discutiu o plano da Amazon com o presidente.
“Essa medida representa mais um motivo pelo qual os americanos deveriam comprar produtos americanos. Trata-se de um ato hostil e político por parte da Amazon”, disse.
Já um porta-voz da Amazon reafirmou, na última terça-feira (29), que nada foi implementado em qualquer site ligado à companhia. “A equipe que administra nossa loja de custo ultrabaixo Amazon Haul considerou a ideia de listar as taxas de importação em determinados produtos”, diz.
Entre outros desdobramentos envolvendo as tarifas, alguns vendedores terceirizados da Amazon nos EUA, que representam uma parcela significativa das ofertas no marketplace da Amazon, já indicam dificuldades para manter margens. Por conta disso, de acordo com o Diário AS, já existe uma “ameaça” deste grupo em não participar de eventos promocionais como o Prime Day.
Relação conturbada
Apesar de ter recebido Jeff Bezos, ex-CEO e fundador da Amazon, após as eleições que o elegeram pela segunda vez ao cargo de presidente estadunidense, Donald Trump já teve momentos mais tensos com o executivo. Uma reportagem da BBC relembra, por exemplo, que durante o primeiro mandato do governo Trump, Bezos era muito criticado pelo mandatário.
“Amazon está fazendo grande dano aos varejistas que pagam impostos. Cidades, estados e todo o país estão sendo prejudicados – muitos empregos estão sendo perdidos!”, escreveu Trump em seu twitter em 29 de março de 2018.
Em outra ocasião, ele acusou a Amazon de explorar Serviço Postal dos EUA, citando que o órgão público perderia US$ 1,50 em média para cada pacote que entrega para a varejista. Isso foi dito em 31 de março de 2018.
Situação atual
As tarifas impostas à China estacionaram em uma alíquota geral 145%, chegando até 245% em categorias como produtos tecnológicos sensíveis, equipamentos industriais e bens com alto valor agregado envolvendo segurança nacional ou competitividade estratégica.
Apesar da tensão estar instaurada há algumas semanas, a tendência é que impactos mais práticos sejam sentidos a medida que o ‘tarifaço’ entre os países se manter. Na própria economia dos EUA, as consequências já são sentidas.
Segundo o Escritório de Análise Económica ou Departamento de Análise Econômica, no primeiro trimestre de 2025, o PIB dos EUA caiu 0,3%. Essa foi a primeira retração em três anos — parte atribuída à corrida por importações antes da entrada em vigor das tarifas e à desaceleração do consumo.
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