Em 2012, quando a Amazon chegou ao Brasil, a ideia era ser uma livraria virtual com o lançamento da loja Kindle. Dois anos depois, começaram a vender livros físicos, e a expansão veio apenas em 2017, com o marketplace. Certamente, os livros fazem parte da história da empresa, então é preciso entender como que essa trajetória foi moldada pelo digital e conquistou um lugar de preferência nas escolhas dos consumidores.
Na última segunda-feira (26), durante a 8ª edição do Prêmio Kindle de Literatura, além da obra premiada “A voz que ninguém escutou”, escrita por Renan Silva; outro tema também se mostrou um vencedor da noite: a digitalização da literatura como estratégia de negócios e fomento cultural. O livro vencedor, por exemplo, foi publicado através do Kindle Direct Publishing (KDP), uma ferramenta gratuita de autopublicação que oferece aos autores total controle sobre a obra – desde a capa até o preço de venda – possibilitando que as produções independentes circulem e partilhem suas vozes junto ao público.
O mercado editorial
Ricardo Perez, líder do negócio de livros da Amazon no Brasil, conversou com a E-commerce Brasil sobre essa preferência e a variedade de dispositivos para a leitura. Para ele, “tem os dois lados da moeda: uma experiência de leitura que o Kindle traz com controle de iluminação, tecnologia própria e vantagens. Ao mesmo tempo, as pessoas não sabem que o e-book pode ser consumido não só no aparelho, pode ser no aplicativo gratuito no celular, tablet ou computador.”
Diante desse contexto, é importante destacar que os formatos digitais de leitura se consolidaram na pandemia, conforme a pesquisa feita em parceria pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), com apuração da Nielsen BookData. Em 2021, foram R$ 180 milhões em vendas, contra os 147 milhões de reais em 2020. Desses 180 milhões de reais, R$ 125 foram obtidos através das vendas de e-books (cerca de 9,4 milhões de unidades vendidas, sendo 98% representadas por e-books e 2% por audiolivros) e 56 milhões vindos de outras plataformas, como as bibliotecas virtuais e demais serviços de assinatura digital.
Mesmo passados três anos, os dados atuais também não deixam mentir, visto que, na pesquisa feita em 2023, foi observado uma continuidade da expansão dos formatos digitais. Conforme o levantamento da Nielsen BookData, entre os consumidores de livros digitais, a maioria (81%) prefere o formato e-book, sendo que 50% dos leitores digitais utilizam principalmente o celular para essa leitura.
Folheando os catálogos digitais
O executivo trouxe o ponto de vista do consumo do conteúdo, comentando que “tem uma história legal que passa por diversos tipos de dispositivos. A digitalização da leitura tem proposto novas formas de consumir livros, agora dá para escolher o livro físico em casa, o Kindle em uma viagem e o audiolivro enquanto dirige, por exemplo.”
Como estratégia de promoção da leitura, a aposta no serviço de assinatura de livros digitais também se demonstra promissora. “Como o Kindle Unlimited, para quem de fato gosta de ler, tem milhares de conteúdos. É uma forma diferente de oferecer leitura para os nossos clientes, mas também tem o Prime Reading, um dos braços do programa Prime como um todo, funcionando como uma ‘porta de entrada’. A uma pessoa assina o serviço Prime porque quer frete grátis ou streaming e acaba descobrindo que tem a possibilidade de consumir e-books e revistas incluídas na assinatura, sendo uma forma de conhecer a leitura digital”, concluiu Perez.
O Brasil como um “lugar de leitura”
Muito além da experiência de compra on-line do livro físico, apostar na facilidade da digitalização, da leitura, além de promover a prática, também oferece ao consumidor a oportunidade de se aproximar desse universo através da variedade de títulos a um clique de distância. Aliado ao serviço de assinatura digital de livros, a digitalização de serviços apenas demonstra ao mercado como fidelizar consumidores que cada vez mais têm buscado soluções dinâmicas e recorrentes para suas necessidades.