As pessoas aprenderam a comprar online, o que impulsiona a maturidade do setor. Porém, hoje em dia a diferença entre o online e o offline é quase inexistente. Para o público, a versão phygital é a mais completa, onde se pode unir os dois canais em uma mesma jornada de compra. Diante disso, Felipe Mendes, general manager Latin America na GfK, defende a ideia de enxergar os consumidores como audiência.
Para ele, temos que ter imagem de que quem está passando pelo site está assistindo o site. “A Amazon é a terceira maior mídia digital do mundo e o Mercado Livre é a maior da América Latina. São sites de varejo onde as pessoas buscam informações de produtos, disponibilidade e inovação”, disse durante o Fórum E-Commerce Brasil 2022.
Mendes explica que as empresas costumam se ver como mídia de performance, mas podem também fortalecer suas marcas, com anúncios não invasivos em seus sites, por exemplo. Para ele, as empresas estão percebendo que não precisam anunciar apenas nos sites de consumo.
“Cada vez mais as marcas estão anunciando em sites que não vendem seus produtos, mas sabem que ali podem conversar com a mesma audiência. Por exemplo, uma pessoa que busca fralda também pode comprar um umidificador se se deparar com o anúncio, pois é uma pessoa que está atrás de produto para crianças. Mas para isso o anúncio precisa entrar no contexto para não ser invasivo”, pontua.
Reconhecendo a audiência
O especialista também ressalta a importância de se conhecer a audiência, não só de forma quantitativa, mas em relação a comportamento também.
Os chamados digitally, por exemplo, gostam de tecnologia e novidade. “É um cliente altamente influenciável, que pesquisa em vários lugares, mas não busca necessariamente o melhor preço. E é bastante impactado por ações no TikTok. 18% trocam de produtos por itens mais modernos e 71% falam do assunto com amigos e familiares após a compra”, afirma.
Outro tipo de cliente é o brand agnostic, que é aquele que fica entediado em pesquisa em sites comuns e buscam informações mais técnicas. “Esse cliente prefere pesquisar em sites de fabricantes e no Twitter. É uma boa colocar um bot para trocar uma ideia com ele. 58% destes clientes trocam de produtos apenas por substituição, que pode ocorrer a cada seis anos”, diz.
Outro cliente bastante comum é o pragmatics, que não usa muitas redes sociais. “Por isso, nem adianta fazer muitas ações nas redes com ele. 93% deles usam as características do produto com principal fator para a compra e costumam trocar de produtos entre um e dois anos”, relata.
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Por Dinalva Fernandes, da redação do E-Commerce Brasil