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Cultura, dados e planejamento: e-commerce de Alimentos e Bebidas pode evoluir muito mais

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Por: Lucas Kina

Jornalista e produtor de Podcasts no E-Commerce Brasil

O e-commerce de Alimentos e Bebidas no Brasil deve triplicar até 2027, de acordo com projeções da McKinsey. Foi com esse dado que Daniel Nepomuceno, diretor de E-commerce do Tenda Atacado, abriu o Congresso Alimentos & Bebidas 2025. Em sua apresentação, o executivo comentou sobre desafios e oportunidades da nova dinâmica do varejo alimentar.

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Daniel Nepomuceno, diretor de E-commerce do Tenda Atacado (Imagem: Carol Guasti Fotografia/E-Commerce Brasil)

Nepomuceno destacou que o foco no e-commerce alimentar deve ir além do ticket médio. “O verdadeiro ‘jogo’ é conhecer o cliente e quantas vezes ele vai comprar por ano”, afirmou. Entre os obstáculos operacionais que devem ser superados, apontou rupturas de estoque, gestão de mão de obra, custo logístico, concorrência, entrega de produtos refrigerados, substituição de itens e a necessidade de entregas rápidas.

Canais próprios e marketplaces

No caso dos canais próprios, Nepomuceno ressaltou que a implementação da cultura digital deve preceder a definição da estratégia. Para liderar essa transformação, ele defendeu a adoção de práticas como criar senso de urgência, formar coalizões de agentes de mudança, definir uma visão clara, reforçar a comunicação, remover obstáculos, celebrar avanços, evitar encerrar projetos prematuramente e ancorar as mudanças na cultura organizacional.

Já para a atuação em canais terceiros, como marketplaces, o executivo recomendou cautela: é necessário avaliar detalhadamente os dados de P&L para evitar impactos negativos de margem que comprometam a estratégia geral da operação.

Além disso, dados da Claro mostram algumas informações sobre o consumidor e sua relação com o varejo alimentar online. Os principais aspectos analisados e suas respectivas respostas são:

Fatores que mais motivam a compra online

  • Cupons de desconto - 22%
  • Frete grátis - 20%
  • Entrega no mesmo dia - 19%
  • Retirada na loja grátis - 12%
  • Preços equivalentes aos da loja física - 10%
  • Garantia na seleção dos itens - 10%
  • Opção de pagamento na entrega ou retirada - 8%

Categorias de supermercado mais adquiridas online

  • Mercearia básica (23%)
  • Produtos de higiene e limpeza (19%)
  • Alimentos refrigerados ou congelados (15%)
  • Bebidas (15%)
  • Carnes, aves e peixes (13%)

Canais preferidos

  • Sites e apps de supermercados (33%)
  • Apps de entrega (23%)
  • WhatsApp (19%)
  • Marketplaces generalistas (16%)
  • Apps de hortifrúti (9%).

Mais dados

Segundo relatório da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o faturamento do varejo alimentar atingiu R$ 1,27 trilhão em 2024. Hoje, 40% dos supermercadistas já operam com e-commerce, mas a média de participação desse canal ainda é de 12% entre os players mais maduros. Por isso, apesar do aumento de empresas atuando no setor, 84% das vendas digitais seguem concentradas em marketplaces.

Ainda de acordo com a Claro, o crescimento do e-commerce alimentar apresentou alta de 5,8% e, entre os dois principais players brasileiros, o avanço médio chegou a 53%. A transformação digital também ganha impulso com a expectativa dos consumidores e, em razão disso, 90% esperam que as empresas sejam mais digitais, segundo Neil Patel.

Tendências e futuro do varejo alimentar

O comportamento da Geração Z indica a importância de estratégias omnichannel. Segundo a NielsenIQ, 51% dos consumidores dessa geração ainda preferem o físico, 43% utilizam múltiplos canais e apenas 5% compram exclusivamente online.

A alta penetração da internet no Brasil — hoje alcançando 87% da população, conforme o We Are Social — e o fato de o país liderar mundialmente em seguidores de influenciadores digitais (41%) reforçam a oportunidade para as marcas fortalecerem sua presença digital.

Tendências como a expansão do TikTok Shop, que já superou Shein e Sephora nos Estados Unidos, e o crescimento do investimento em Retail Media — que passou de 5% para 9% entre 2022 e 2024 — também sinalizam mudanças no cenário competitivo.

Por fim, o diretor cita a ascensão da inteligência artificial (IA) como um possível eixo estratégico para o futuro do varejo alimentar. Segundo compilados de Bain, McKinsey e IBM, as aplicações deste modelo no e-commerce de Alimentos e Bebidas pode ir da organização de dados de pedidos e cupons à personalização da experiência do cliente até precificação dinâmica e otimização da cadeia de suprimentos.

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