A bolsa de valores de São Paulo (Ibovespa) registrou o melhor trimestre em dezesseis anos e meio, em uma forte recuperação após o tombo nos primeiros meses do ano, quando prevaleceu a aversão a risco por causa da pandemia do novo coronavírus.
A Via Varejo teve o melhor desempenho do Ibovespa no trimestre, de 189,96%, com o setor de comércio eletrônico respondendo por três das cinco maiores altas do índice no período de abril a junho.
Medidas de restrição para frear a disseminação da Covid-19 colocaram as pessoas em casa e estimularam o comércio online como nunca. A B2W contabilizou valorização de 123,02% e o Magazine Luiza somou elevação de 83,77%. Em Nova York, o Mercado Livre apurou um salto de 101,76%.
A Hering registrou perda de 3,76%, com a perspectiva desafiadora para 2020, em meio ao fechamento de lojas, menor confiança do consumidor e maior desemprego, minando perspectivas de uma recuperação da varejista de vestuário. No setor, a Renner conseguiu reagir e deve fechar o trimestre com performance positiva.
Recuperação do Ibovespa
Apesar de o Ibovespa ainda estar distante dos 120 mil pontos que ameaçou romper no começo de 2020, ele já se afastou razoavelmente da mínima do ano, em março, quando se aproximou dos 60 mil pontos.
O Ibovespa acumulou no segundo trimestre elevação de 30,2%, com apenas três ações com desempenho negativo no período, em movimento que teve como catalisadores a ampla liquidez global e declínio dos juros para taxas historicamente baixa no país.
Essa combinação animou um fluxo histórico de pessoas físicas a migrar para a renda variável, apesar da forte volatilidade determinada pela pandemia, além do cenário político turbulento no Brasil.
No acumulado desde o início do ano, contudo, a performance continua negativa, em 17,8%.
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