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Empresas chinesas avançam no e-commerce e já superam a Amazon

Por: Dinalva Fernandes

Jornalista

Jornalista na E-Commerce Brasil. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada em Política e Relações Internacionais pela FESPSP. Tem experiência em televisão, internet e mídia impressa.

A China é o maior mercado digital do mundo, liderando todos os países em termos de comércio eletrônico e comércio social. É também o lar de muitos dos maiores conglomerados de e-commerce, incluindo Alibaba e JD.com, que estão gerando vendas em uma escala que excede em muito a das empresas nos EUA, entre elas a Amazon.

De acordo com nossas estimativas mais recentes do eMarketer, as empresas na China continuam liderando o pacote em termos de transações online.

Para referência, o eMarketer projetou que o total de vendas mundiais de comércio eletrônico da Amazon chegará a US$ 416,48 bilhões este ano, o que significa que o segundo maior player da China, JD.com, transaciona quase tanto dentro da China quanto a Amazon globalmente.

O terceiro maior player da China, Pinduoduo (PDD), supera todas as outras empresas americanas além da Amazon. Cada uma dessas empresas realiza uma grande maioria de seus negócios de comércio eletrônico em seu mercado doméstico, portanto, a estatura relativa de cada uma é representativa de sua posição global.

Segundo o eMakerter, é importante observar que o valor bruto da mercadoria (GMV), como refletido nos dados, é uma métrica muito diferente da receita ou do lucro.

Para colocar isso em perspectiva, a Amazon ganha dinheiro com muito mais eficiência do que Alibaba, JD.com ou PDD, daí sua capacidade de gerar maiores receitas e margens de lucro mais altas do que seus pares — apesar de seus volumes de transações relativamente menores.

A Amazon também é uma empresa maior do que a Alibaba, o que é indicativo de quão mal ela lucra com seu GMV inflado. No entanto, quando se trata de atividade de comércio eletrônico, o vencedor é claro.

E-commerce na China

As empresas da China estão se destacando no jogo de comércio eletrônico por vários motivos. Por um lado, enquanto eles fazem a maior parte de seus negócios em um mercado protegido e isolado, esse mercado é enorme, hipercompetitivo e exige inovação constante.

As empresas do país também criaram interfaces de usuário consistentes que lideram o mundo em termos de facilidade de uso, levando os consumidores da região a participar do comércio eletrônico.

O último ponto pode ser parcialmente creditado às inovações digitais — incluindo soluções de pagamento digital líderes mundiais — geradas há muito tempo por empresas como Alibaba e Tencent. Isso levou a uma rápida adoção do comércio eletrônico nos primeiros dias e, eventualmente, a um ciclo de apoio simbiótico e que se reforça mutuamente entre os consumidores e o setor de comércio eletrônico.

Estimamos que 88,3% dos usuários de internet na China farão uma compra online este ano e que 41,2% de todas as vendas no varejo ocorrerão pela internet. Nos EUA, para comparação, 82,4% dos usuários de internet participarão do comércio eletrônico, mas apenas 14,5% do varejo será via e-commerce.

Em outras palavras, os consumidores na China preferem cada vez mais fazer uma quantidade enorme de suas compras online, segundo o levantamento. Enquanto nos EUA, como na maioria dos países, o comércio eletrônico é usado apenas para uma pequena porcentagem das necessidades de compras.

Esse hábito explica parcialmente por que a Amazon permanece mais dominante nos EUA do que o Alibaba na China: a torta de comércio eletrônico nos EUA é limitada e a Amazon pode atender a quase toda a demanda.

Na China, a demanda é vasta e diversificada e há espaço para empresas como JD.com e PDD atenderem e criarem novas demandas, segundo o eMarketer.

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