Em agosto, apesar da queda generalizada no e-commerce brasileiro, o setor de cosméticos continuou em crescimento. Segundo o Relatório Setores do E-commerce no Brasil, da Conversion, o comércio eletrônico nacional registrou 2,5 bilhões mês passado, uma queda de 5,8% em comparação a julho, marcando a quarta retração do ano. No entanto, alguns segmentos resistiram à tendência de baixa, com destaque para Cosméticos (+1,6%), Joias e Relógios (+0,7%) e Esportes (+0,4%).
O setor de cosméticos foi o que apresentou o maior avanço entre os 18 segmentos analisados. Nos últimos cinco meses, de abril a agosto, o varejo online de produtos de beleza cresceu 10,1%, somando 104,3 milhões de acessos e atraindo 9,6 milhões de novos visitantes.
O crescimento do setor de cosméticos reflete a força da indústria no Brasil, sendo o terceiro maior mercado consumidor de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos do mundo. A busca por bem-estar, autocuidado e a influência de tendências nas redes sociais têm impulsionado esse consumo. Em 2022, o país registrou um superávit de US$ 80,8 milhões na balança comercial de produtos de higiene pessoal, conforme a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal (Abihpec).
Principais players do setor
Entre as marcas que lideram o setor, O Boticário se destaca como a plataforma mais visitada, com 22,1% de participação no tráfego do segmento. A marca registrou um crescimento de 8,3% em relação a julho, somando 23 milhões de acessos. Nos últimos cinco meses, o site também apresentou uma alta de 4,6%.
A Natura, outra gigante brasileira, obteve o maior crescimento mensal, com um aumento de 16% em agosto e 17,2 milhões de visitantes únicos. Entre abril e agosto, a marca ganhou 3,8 milhões de novos acessos, um avanço de 28,7%.
A Avon também teve um bom desempenho em agosto, com um crescimento de 15% em relação ao mês anterior, alcançando 2,7 milhões de usuários únicos.
A disputa por posições entre as plataformas também foi movimentada. A Eudora, que faz parte do Grupo Boticário, voltou ao top 3 do setor após crescer 6% e atingir 9 milhões de acessos, enquanto a Beleza na Web, outra marca do grupo, registrou uma queda de 10%.
A maioria dos acessos aos e-commerces de cosméticos é feita via celular, que representa 74% do tráfego, seguido por 14% por aplicativos e 12% por desktop. Apesar do cenário geral de retração no comércio eletrônico, o setor de cosméticos segue mostrando resiliência e atraindo cada vez mais consumidores no Brasil.